Para MP, denúncias sobre filho de Erenice são graves

Procuradoria Geral da República vai acompanhar inquérito da Polícia Federal sobre lobby

Por Luciana Marques
15 set 2010, 18h26

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta quarta-feira que o Ministério Público (MP) vai acompanhar o inquérito instaurado pela Polícia Federal (PF) para apurar denúncias de lobby na Casa Civil. A investigação foi aberta depois que reportagem da revista VEJA desta semana revelou um esquema de tráfico de influência envolvendo Israel Guerra, filho da ministra da pasta, Erenice Guerra.

“As notícias apontam para fatos graves, mas não temos elemento nenhum ainda que aponte a responsabilidade ou não da ministra”, afirmou Gurgel. O procurador-geral, contudo, não descartou a possibilidade da ministra ser interrogada: “Temos que fazer apuração preliminar dos fatos para ver se há elementos mínimos que justifiquem que a ministra seja ouvida”.

Gurgel afirmou ainda que a atuação da Procuradoria é independente da campanha eleitoral: “O tempo do Ministério Público não é o tempo da campanha política. O MP tem essa preocupação de não virar instrumento de campanha – falando bem claro, nem da campanha da ministra Dilma [Rousseff], nem da campanha do governador [José] Serra”.

Segundo o procurador, devem prestar depoimento o filho da ministra, Israel Guerra, e os empresários citados na reportagem de VEJA, como Fábio Baracat – que atua no setor de transportes. Gurgel falou com a imprensa no intervalo da sessão no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.

Nesta terça-feira, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, afirmou que não há provas contra Erenice Guerra e, por isso, ela não deverá ser investigada. Barreto falou com a imprensa a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – em mais uma tentativa do governo de blindar a ministra da Casa Civil.