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Oposição insiste em CPI após depoimento de Pagot

Diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes foi ao Senado, mas se esquivou de acusações envolvendo pasta

Por Gabriel Castro
12 jul 2011, 15h48

Em cinco horas de depoimento, o diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, alegou inocência e evitou atribuir responsabilidades sobre o esquema de corrupção existente no Ministério dos Transportes e revelado por VEJA. A falta de respostas manteve os oposicionistas dispostos a abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso.

Um dos autores do requerimento de convocação de Pagot, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) afirma que o diretor do Dnit deixará o cargo, mas a manutenção de outras autoridades do departamento manterá o esquema corrupto em operação. Ele acredita que a CPI é necessária para esclarecer os fatos revelados por VEJA. “Quem diz que a corrupção está no DNA do Dnit é o controlador-geral da União [Jorge Hage]. Se ele não conseguiu desvendar as coisas que acontecem lá dentro, é claro que a CPI tem plena justificativa”, afirmou.

Faca no pescoço – Já o senador Blairo Maggi (PR-MT), padrinho político de Pagot, saiu satisfeito. E disse que o diretor do Dnit nunca cogitou acusar outros integrantes do governo: “Ele teve a oportunidade de colocar à imprensa, à sociedade e ao Senado como funciona o Dnit e como as coisas dentro do governo transitam. Esse era esse o único objetivo, diferente do que foi especulado”, declarou.

Maggi fez um pedido público à presidente Dilma Rousseff: se nada for provado contra Pagot durante as férias do diretor do Dnit, ele deve ser mantido no cargo. O senador nega estar ensaiando algum tipo de chantagem. “A presidente tem o domínio sobre todos os cargos. Ela coloca e retira quem ela quiser no momento em que ela quiser. Nenhum presidente deve trabalhar com a faca no pescoço. Eu jamais faria isso”.

Temor – Pagot voltará ao Congresso na quarta-feira. Será ouvido na Câmara dos Deputados mesmo em férias, pedidas por ele assim que foi afastado. Segundo a Presidência, ele será demitido assim que suas férias terminarem.

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Desde a revelação das irregularidades envolvendo o Dnit, o diretor afastado tem se portado de maneira preocupante para o governo. Ele teria dito a representantes do PR que só “recebia ordens” quando estava à frente do cargo – e que petistas teriam determinado o superfaturamentos de obras sob responsabilidade do Ministério dos Transportes. Ele citou o nome do ex-ministro do Planejamento e atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, como um dos negociadores do esquema.

As insinuações de Pagot assustaram os petistas, que admitem ter falhado no momento em que a presidente da Comissão de Serviços e Infraestrutura, Lucia Vânia (PSDB-GO), conseguiu marcar o depoimento dois dias antes do inicialmente previsto, na quinta-feira. A maior preocupação do PT é que as especulações de que Pagot será um “homem-bomba” se concretizem, a exemplo de Roberto Jefferson no caso do mensalão, em 2005. Os governistas tentaram adiar o depoimento, mas desistiram da estratégia.

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