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Em ranking, os estados que vão decolar em 2012

Um levantamento inédito, que VEJA publica com exclusividade, revela quais são os estados brasileiros mais preparados para receber o fluxo recorde de investimento estrangeiro que chega ao país graças à estabilidade econômica interna e à proximidade da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016

Por Da Redação
23 dez 2011, 13h52

Otávio Cabral

A estabilidade política e econômica, o crescimento do mercado consumidor e os incentivos fiscais fazem do Brasil um país atraente para os investidores estrangeiros. Mas nem todos os estados conseguem aproveitar essa oportunidade como deveriam. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Distrito Federal e Santa Catarina são os únicos que apresentam um bom ambiente de negócios para quem quer investir no setor produtivo do país. Nos demais, problemas como a carga tributária elevada, a burocracia, as deficiências de infraestrutura e a falta de mão de obra qualificada afugentam o capital externo. Essas são as principais conclusões do primeiro Ranking de Gestão dos Estados Brasileiros, elaborado pela Unidade de Inteligência do grupo inglês Economist, patrocinado pelo Centro de Liderança Pública e publicado com exclusividade por VEJA. O relatório será atualizado anualmente e divulgado na última edição do ano da revista. O objetivo é ajudar a balizar os administradores públicos, a fim de que eles promovam as reformas necessárias e, assim, aumentem a sua capacidade de atrair o investimento estrangeiro e também nacional. Afinal de contas, legislações que proporcionem maior eficiência e produtividade funcionam como um ímã para o dinheiro de qualquer nacionalidade.

Para fazerem o ranking, os pesquisadores analisaram 25 indicadores em oito quesitos (um resumo das tabelas pode ser conferido nas próximas páginas e a íntegra do estudo está em veja.com). “A meta principal é fortalecer as instituições e evitar o personalismo. Por isso, não foi analisado o desempenho dos governantes, mas das políticas públicas implementadas ao longo dos últimos anos. Instituições vigorosas estão na base do sucesso de uma nação”, diz Luiz Felipe d’Ávila, diretor-presidente do Centro de Liderança Pública. De fato, a robustez das instituições explica o desempenho dos estados que estão no topo da avaliação. São Paulo está entre os três primeiros em sete dos oito quesitos e lidera a classificação geral. “O estado de São Paulo apresenta o melhor ‘ecossistema’ para a realização de negócios. Tem estabilidade política, as melhores universidades, boa infraestrutura e uma indústria de serviços consolidada. Só precisa simplificar seu sistema tributário”, aponta D’Ávila. Já o Piauí, o último colocado, é exatamente o oposto – trata-se de um estado com instituições sucateadas e um poder público deficiente. A infraestrutura é tão precária que a produção precisa ser escoada por meio dos estados vizinhos. Para se ter uma ideia, a construção do Porto de Luís Correia, obra que amenizaria o problema, arrasta-se há mais de trinta anos.

No chão: Posto de fiscalização com cobertura de sapé em estrada de terra de Uruçuí, no interior do Piauí: falta de infraestrutura afugenta os investidores
No chão: Posto de fiscalização com cobertura de sapé em estrada de terra de Uruçuí, no interior do Piauí: falta de infraestrutura afugenta os investidores (VEJA)
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Com a proximidade da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, aliada à crise econômica que colocou de joelhos os Estados Unidos e a Europa, o Brasil passa por uma expansão assombrosa no que se refere aos investimentos estrangeiros diretos. De janeiro a novembro deste ano, o país recebeu mais de 60 bilhões de dólares, um recorde. As 27 unidades administrativas brasileiras não concorrem apenas entre si para atrair esses recursos, mas também com outros países. Por esse motivo, mesmo os melhores estados precisam modernizar ainda mais sua legislação, qualificar a mão de obra e divulgar suas vantagens.

Há experiências a ser seguidas. Em Minas Gerais, a Fundação João Pinheiro proporciona cursos de reciclagem profissional a funcionários públicos e financia o estudo de jovens que querem seguir carreira na administração pública – a cada ano, são formadas sessenta pessoas. Além disso, todo servidor mineiro que atinge sua meta de desempenho recebe uma gratificação em dinheiro, o equivalente a um 14º salário. No Rio de Janeiro, a concessão de incentivos fiscais vem atraindo empresas de tecnologia para a Ilha do Governador. No interior de São Paulo, o bom planejamento e o investimento em educação fizeram de São Carlos a cidade com a maior proporção de doutores na América Latina. Uma empresa que surgiu como projeto de pesquisa no câmpus local da USP hoje fatura 100 milhões de reais por ano produzindo lentes de alta precisão para equipamentos eletrônicos. “Há boas iniciativas nos estados, mas ainda falta ousadia. Os municípios, em especial, onde os cidadãos vivem seu cotidiano, deveriam ser laboratórios de políticas públicas e funcionar como um modelo para a União”, afirma D’Ávila.

Os pesquisadores se debruçaram, ainda, sobre a maneira como os estados brasileiros lidam com a questão ambiental. A preservação é, atualmente, um ponto central para a atração de investidores. Nesse quesito, a força das instituições também se mostra decisiva. A fiscalização diligente, uma legislação rigorosa e o incentivo a estudos na área dão um lugar de destaque ao Amazonas. Já o vizinho Pará ocupa o último lugar devido à frouxidão de seus sucessivos governos em relação aos devastadores. É preciso semear modelos de gestão por todas as unidades da federação, se não quisermos perder o trem de alta velocidade da história. É essa a lição do ranking aos governantes.

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Veja o ranking abaixo:

Infográfico: Ranking de gestão dos estados brasileiros - 2011
Infográfico: Ranking de gestão dos estados brasileiros – 2011 (VEJA)
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