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Multidão participa de missa de 7º dia pelas vítimas do massacre de Realengo

Celebração católica e ato ecumênico atraíram mais de 5 mil pessoas à escola Tasso da Silveira. Policial chamado de herói pede que alunos não se afastem

Por Leo Pinheiro, do Rio de Janeiro
13 abr 2011, 12h34

Com a presença de artistas, autoridades e mais de 5 mil pessoas, o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, celebrou na manhã desta quarta-feira a missa de 7º dia para as 12 crianças assassinadas por Wellginton Menezes de Oliveira, no massacre da escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste da capital fluminense. A cerimônia seria realizada no pátio da escola. No entanto, o grande número de pessoas obrigou a Arquidiocese do Rio a mudar a celebração para a rua lateral, General Bernardino de Matos.

O primeiro a falar foi o ator Milton Gonçalves, que repetiu as palavras da presidente Dilma Roussef. “Hoje é um dia de emoção e de saudade desses brasileirinhos que nos deixaram. Mas também é um dia de clamarmos por Justiça”, disse. Em seguida, foi executado o Hino Nacional Brasileiro. Um helicóptero lançou pétalas de rosas sobre o local da escola.

Dom Orani abriu a celebração defendendo a união pela paz no Rio de Janeiro. “É hora de olharmos para frente, para o futuro. Para fazermos da cidade e do país um lugar de paz, justiça e tranqüilidade.”

Após a celebração católica, foi realizado um ato ecumênico com pastores protestantes, integrantes da Maçonaria, da umbanda, judaísmo e islamismo. O sheikh Jihad Hassan Hammadeh, da União Nacional das Entidades Islâmicas, fez questão de desvincular o episódio da crença islâmica. “Não devemos olhar para a religião do criminoso, mas sim para a índole dele. Lembrando uma passagem do Alcorão, o livro sagrado ensina a importância das crianças para a nossa sociedade: As crianças são o ornamento do mundo”, disse.

O momento mais emocionante da celebração foi a entra do agora segundo sargento Márcio Alves, promovido na terça-feira por bravura. Ao som do hino da Polícia Militar, o policial foi recebido com gritos de herói pela multidão. Familiares e amigos das vítimas fizeram questão de cumprimentar Alves. Ana Paula, tia de Karine Lorraine, 13 anos, uma das meninas mortas, entregou a ele uma cesta de flores.

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Emocionado, Alvez fez um pequeno discurso. “A primeira coisa que peço aos pais e alunos, é que não abandonem esta escola. É aqui que a gente vai encontrar forças para superar tudo de ruim que aconteceu. Aqui vocês vão encontrar todo o apoio. Quero agradecer o reconhecimento de todos vocês”.

Alves pediu ainda outro favor: “Não percam a confiança na polícia. Seja na Polícia Militar ou na Polícia Civil”, disse.

O pedido de Alves para que os pais e alunos não se afastem da escola, no entanto, ainda não é forte o bastante para fazer algumas famílias superarem o trauma. Mãe da menina Marina, uma das vítimas do assassino, Noeli, ao fim da celebração disse que não pretende mais pisar na escola Tasso da Silveira. “Hoje é o último dia que venho aqui. Não quero saber. Vou dar um jeito de tirar o meu outro filho dessa escola. Nem ele nem eu voltaremos mais aqui nunca mais.”

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