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Moradores de Petrópolis ignoram sirenes de alerta da chuva

Chuvas fortes atingem parte da cidade desde a noite de terça. Em área com 10 mil moradores, só 16 saíram de casa depois dos avisos

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 set 2012, 19h19

Diante da dificuldade para resolução de um problema complexo, prefeituras e governo do estado adotaram, na Região Serrana do Rio, uma solução simples. Nas encostas e em bairros considerados perigosos para o deslizamento de terra durante as chuvas, sirenes avisam à população que é hora de deixar as casas e buscar pontos de apoio. O sistema é semelhante ao usado em países que têm problemas, por exemplo, com tornados e tsunamis. No Brasil, é um paliativo. Afinal, a solução para o caso das encostas é impedir construções em áreas onde, todos os anos, algumas dezenas de pessoas morrem sob os escombros. E, como está provado, as mortes por aqui não são causadas pela chuva, mas pela ocupação de pontos onde não deveria haver construção.

As sirenes, apesar de necessárias, começam a mostrar sua limitação. Na manhã desta quarta-feira, as autoridades de Petrópolis enfrentaram o que pode ser um problema para as chuvas de verão. As oito sirenes que cobrem os bairros Independência e Quitandinha soaram, diante do alerta de que chovia forte na região. Mas dos cerca de 10 mil moradores que deveriam deixar suas casas, apenas 16 seguiram o procedimento. A forte chuva que atinge a cidade desde a noite de terça-feira causou quatro deslizamentos de terra.

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Segundo a Defesa Civil, as consequências não foram graves. No entanto, por causa da permanência da chuva, os alarmes continuam em ação, lembrando as pessoas de que os imóveis naquela área estão em perigo. O solo, que já estava encharcado desde ontem, acumula água. A terra ainda não está saturada, mas o risco é permanente.

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“Pela orientação, deveriam sair. Mas não saem. Há 30 pessoas da Defesa Civil e dos bombeiros trabalhando. Estamos no Quitandinha e Independência tentando convencê-las. A previsão é de que a chuva continue. Estamos preocupados com novas ocorrências”, disse o coordenador da Defesa Civil de Petrópolis, coronel Carlos Francisco de Paula.

No bairro Independência vivem cerca de 40 mil pessoas. É o local mais populoso de Petrópolis. Ali, seis mil estão em área de risco. No Quitandinha, residem 30 mil, dos quais cinco mil estão expostos ao perigo por morarem em encostas sem contenção ou perto delas. No total, Petrópolis tem 18 torres de alarme, cada uma com oito sirenes. O sistema foi criado após as chuvas que deixaram quase mil pessoas mortas no verão de 2011, na Região Serrana.

A cidade, com ajuda financeira do estado e da União, começou o processo de contenção das encostas no primeiro distrito, onde ficam os dois bairros cujas sirenes dispararam. Até agora, segundo o coronel Francisco de Paula, foram atendidos 120 pontos de perigo. “O estado não tinha como cobrir toda a área. Então, priorizamos 10 áreas de risco nesse distrito”, explicou o coronel.

No início de 2011, áreas nobres de Petrópolis foram duramente afetadas, como o Vale do Cuiabá, em Itaipava. Outros passaram escaparam dos estragos, como o Independência e o Quitandinha. A preocupação aumenta a partir de agora, quando aumenta o volume de chuvas na região.

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