Terminou às 5h30 da manhã desta segunda-feira a retirada dos órgãos do corpo da adolescente Eloá Cristina Pimentel, baleada pelo ex-namorado em Santo André, no ABC Paulista, após um trágico sequestro que durou cem horas. A família concordou com a doação de órgãos após os médicos diagnosticarem morte cerebral da vítima no sábado à noite. Eloá, de 15 anos, levou um tiro na cabeça.
O coração da jovem foi retirado e levado por volta das 4h desta segunda-feira de carro para o hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Em seguida, os médicos retiraram os pulmões, que foram levados para o Incor (Instituto do Coração), também na capital. O fígado, os rins e o pâncreas da adolescente foram levados para o Instituto Dante Pazzanese, no Ibirapuera. As córneas também foram retiradas para doação. Segundo os médicos, os órgãos da garota poderão salvar outras sete vidas.
Os nomes dos pacientes que receberão os órgãos da menina não foram informados. Os receptores foram selecionados domingo. O corpo de Eloá foi transferido nesta manhã para o Instituto Médico Legal de Santo André.
O crime – Eloá Cristina, de 15 anos, foi mantida refém desde a última segunda-feira pelo ex-namorado Lindemberg Fernandes Alves, de 22 anos, que está preso. Na sexta-feira, policiais invadiram o apartamento onde eles estavam após ouvirem disparos efetuados dentro do cativeiro. Eloá acabou baleada com gravidade na cabeça e na virilha e foi internada em estado gravíssimo no Centro Médico Hospitalar de Santo André. Segundo policiais, os disparos teriam sido feitos por Lindemberg, inconformado com o fim do relacionamento de dois anos com a jovem.
Lindemberg teria atirado também em Nayara Rodrigues da Silva, amiga de Eloá que estava no apartamento no momento da invasão e que foi levada ao mesmo hospital com um tiro na face. Ela permanece internada, mas não corre risco de morrer. A policiais, Nayara disse que Lindemberg agredia Eloá constantemente no cativeiro. Na manhã de terça-feira, dia 14, Nayara foi solta, mas acabou retornando ao apartamento na manhã de quinta-feira, como parte das negociações com Lindemberg.
Uma equipe do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar invadiu o apartamento onde Lindemberg mantinha as duas reféns por volta das 18 horas da sexta- feira. Instantes depois da ação, imagens de TV mostraram as duas moças saindo do local carregadas em macas e, posteriormente, a chegada delas ao hospital em duas ambulâncias.