No dia em que os líderes de cinco partidos informaram ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pretendem apresentar uma representação por seu afastamento nesta quarta-feira à Procuradoria-geral da República e obstruir as votações na Casa, o peemedebista foi defendido pelo líder do governo, o petista José Guimarães (CE). Durante a reunião dos líderes partidários, Guimarães afirmou que o governo reconhece como “legítima” a presidência de Cunha, e que há projetos importantes a serem votados, segundo relato de um parlamentar da base presente ao encontro. Outro líder, também da base de Dilma e com trânsito no Planalto, confirmou ao site de VEJA o discurso de Guimarães sobre a “legitimidade de Cunha para presidir a Câmara” e a necessidade de não paralisar as votações. O Palácio do Planalto tem negociado com Cunha um acordo de salvação mútua: o governo orientou a bancada a ajudar o deputado no processo no Conselho de Ética que pode levá-lo à cassação em troca da não-abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. As negociações irritaram parte da bancada petista. (Felipe Frazão, de Brasília)