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Jobim: ‘Se vou continuar ou não é problema de Dilma’

Ministro da Defesa disse que a única coisa que o tira do sério é a sua mulher

Por Adriana Caitano
1 ago 2011, 15h17

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, classificou como “institucional” a relação que mantém com a presidente da República, Dilma Rousseff. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Jobim reafirmou ter votado em José Serra, do PSDB, nas eleições de 2010, quando o tucano disputava a Presidência com Dilma. Jobim disse ter uma relação pessoal com Serra e disse não ver motivos para deixar o Ministério da Defesa: “Sou ministro por prazer.” Jobim comanda a Defesa há quatro anos. Segundo o ministro, sua preferência por Serra era conhecida dentro do governo. “Na campanha presidencial, Alexandre Padilha [atual ministro da Saúde] pediu para que os ministros gravassem um depoimento para o programa da Dilma e eu disse que tinha impedimentos”, disse. “Expliquei que era amigo do Serra, ele foi meu padrinho de casamento, ele me ensinou Economia e não havia condições de fazer campanha contra ele.” Segundo Jobim, ainda assim, Dilma o convidou para continuar os projetos que tocava na pasta. “A presidente é uma pessoa extraordinária, minha relação com ela é ótima, não há problema algum”, afirmou. Jobim garante que, após a entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, quando admitiu ter votado em Serra, o único encontro que teve com a chefe do Executivo foi formal, no dia em que homenagearam atletas brasileiros. “Minha relação com o governo é institucional. Estou no ministério porque me dá prazer”, ressaltou. “Se vou continuar ou não é problema da presidente da República.” Apesar das perguntas contundentes dos entrevistadores, Jobim não saiu do tom. “Quem mistura emoção e política é um principiante”, justificou. A entrevista vai ao ar nesta segunda, às 22 horas. Diante da aparente tranquilidade de Jobim, a jornalista Marília Gabriela perguntou o que o irritava. “Nada, só minha mulher. A irritação faz parte da emoção”, respondeu o ministro, sem alterar a expressão do rosto. Em alguns momentos, porém, ele chegou a responder à colunista Eliane Cantanhede, da Folha de S.Paulo, com o vocativo “minha filha”, imitando o estilo de Dilma Rousseff. O ministro também não foi muito direto quando questionado sobre sua perda de espaço no governo Dilma, já que, na era Lula, exercia influência até para opinar sobre cargos. “Estou do mesmo jeito que no governo Lula. Afinal, quem está à frente da comissão da verdade e da lei sobre as informações? Quem decide a função dos ministros é a presidente. Ela decide corretamente”, desconversou. Ministério – Na entrevista, Jobim falou também sobre ações estratégicas da Defesa, como a compra de caças. Durante o governo Lula, sob comando do ministro, as negociações estavam avançadas, mas Dilma resolveu reiniciá-las do zero quando assumiu o mandato. Jobim negou que tenha se sentido desprestigiado pela presidente. “O processo de discussão foi absolutamente democrático e quem decide é a presidente mesmo”, disse. Entre governistas, há a certeza de que a permanência de Nelson Jobim no governo deve-se a dois fatores: sua influência entre os militares e o fato de ele estar comandando a criação da Comissão da Verdade. O ministro explicou como consegue manter-se em equilíbrio com as situações antagônicas – ser amigo dos militares e, ao mesmo tempo, investigá-los. “Há regras que estão sendo seguidas: os militares estão subordinados ao poder civil instituído e não vamos olhar para trás. A Comissão da Verdade olha para atrás para investigar a verdade, não para retaliar”, disse.


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