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Freixo não é amigo do Black Bloc. Mas o Black Bloc é amigo de Freixo

Assessor do deputado presta assistência jurídica a manifestantes presos e já defendeu o tatuador Fábio Raposo. Deputado nega uso do gabinete por ONG

Por Da Redação
11 fev 2014, 11h56

É leviano ligar o deputado estadual Marcelo Freixo (PSO) aos assassinos do cinegrafista Santiago Andrade. Mas Freixo não pode manifestar surpresa com a ligação de seu nome ao esquema de defesa jurídica dos mascarados do Black Bloc acusados de cometer crimes. O jornal O Globo publica nesta terça-feira o histórico de crimes do tatuador Fábio Raposo Barbosa, também conhecido como ‘The Fox’, numa referência a raposa, em inglês. Em outubro, quando Raposo foi detido pela polícia em uma manifestação, foi defendido pela ONG Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH), que nos últimos meses passou a dar plantões em delegacias para atenuar a situação de quem é detido em quebra-quebras, furtos e portando material proibido nas manifestações. O DDH é dirigido por Thiago de Souza Melo, funcionário do gabinete de Freixo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A instituição também presta assistência a parentes do pedreiro Amarildo de Souza e a vítimas da violência policial.

Ao Globo, Freixo disse que o assessor não tem dedicação exclusiva – e pode, portanto, ter atividades profissionais ou voluntárias paralelamente. Melo nega usar a estrutura do gabinete em trabalhos da ONG. É melhor que seja assim. Mas para exigir que o público acredite que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, Freixo também precisará compreender que a atitude do advogado que levantou seu nome, Jonas Tadeu Nunes, não tem nada a ver com a defesa do miliciano Natalino Guimarães. Na segunda-feira, Freixo lembrou este detalhe – sim, os dois foram rivais no passado, quando o deputado presidia a CPI das Milícias – quando manifestou seu espanto com o surgimento de seu nome no caso.

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Freixo tem militância em causas pacíficas, contra o confronto armado de qualquer forma. Inspirou personagem de cinema – o deputado Fraga, em ‘Tropa de Elite II’ – por ser alguém capaz de mediar conflitos em presídios. Teve papel fundamental no combate aos grupos paramilitares que atuam em áreas carentes do Rio, na CPI das Milícias, e recebeu ameaças de morte por seu trabalho. A conexão entre o deputado e os indiciados pelo homicídio de Santiago Andrade se deu com um telefonema de uma black bloc. Elisa Quadros, a “Sininho”, ofereceu ajuda “do gabinete do Freixo” ao tatuador Rafael Raposo.

A oferta de ajuda foi feita a um estagiário de advocacia do escritório de Jonas Tadeu Nunes. Nunes foi à 17ª DP (São Cristóvão) e à imprensa para apresentar o que não é uma ilegalidade, um crime, nada disso. Mas que inevitavelmente liga uma figura pública a autores de um crime. Nunes disse, na segunda-feira, estar “apaixonado pela causa (a defesa de Raposo)” e ter ficado com o “orgulho ferido” com o fato de alguém oferecer serviços jurídicos a um cliente seu.

Freixo repudiou a violência e ressaltou que sempre defendeu a liberdade de expressão e o trabalho da imprensa. Afirmou, na segunda-feira, que as manifestações “estão fora de controle”, particularmente depois da morte do cinegrafista. Freixo tem todo o direito de dizer que não é amigo dos black blocs. Mas os black blocs, até aqui, disseram-se amigos de Freixo.

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