A composição do séquito que acompanhará o papa Francisco na viagem ao Brasil, para a Jornada Mundial da Juventude, retrata o estilo simples do pontífice. O alto escalão papal será formado por um número de prelados reduzido, que representa apenas a metade do staff de João Paulo II e tem 20% menos integrantes que o de Bento XVI em suas visitas ao Brasil. A seleção dos nomes foi determinada de forma protocolar, sem a interferência direta do papa. Houve, no entanto, respeito ao estilo de Francisco na opção por uma comitiva mais enxuta.
Apesar de o planejamento da jornada ser anterior à escolha de Jorge Mario Bergoglio para o posto mais alto do Vaticano, o novo papa pediu que fosse dada preferência somente aos nomes que pertencessem a órgãos da Santa Sé e que estivessem de alguma maneira ligados ao evento brasileiro. Ficaram, portanto, os cardeais Tarcisio Bertone, secretário de Estado; Marc Oullet, presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina; Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos; e João de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica – único cardeal brasileiro atualmente a morar no Vaticano.
Virão ao Brasil também o monsenhor Angelo Becciu, membro da Secretaria de Estado, e o sacerdote maltês Alfred Xuereb, secretário particular do papa. No Brasil, o cardeal Raymundo Damasceno, presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, também integrarão a comissão papal.
Recepção – A opção de Francisco pela simplicidade não se reflete na parte brasileira do planejamento da Jornada Mundial da Juventude. O primeiro compromisso do papa no Rio de Janeiro, na noite da próxima segunda-feira, é uma recepção no Palácio Guanabara orçada em 850 mil reais, de acordo com oo governo do estado do Rio. Estarão presentes a presidente Dilma Rousseff, ministros, autoridades locais e os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor e o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Segurança – O evento será também o primeiro teste da segurança da JMJ. Como mostrou reportagem do site de VEJA, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão do Exército ligado à Presidência da República, decidiu isolar o Guanabara, com bloqueios em ruas próximas para impedir a aproximação de manifestantes. O local foi cenário de três embates violentos entre manifestantes mascarados e policiais militares, com destruição da fachada e invasão de uma clínica particular. No compromisso de segunda-feira, como em todos os locais onde o papa estará com a presidente Dilma Rousseff, a segurança ficará a cargo do Exército.
O planejamento de segurança é o X da questão para a visita de Francisco. Depois de uma série de indefinições, ficou a cargo do Exército toda a segurança interna do Campus Fidei, a gigantesca fazenda onde será realizada a vigília e a missa de encerramento da jornada, celebrada pelo papa. Os militares pretendem barrar a entrada de manifestantes mascarados e vetar a entrada de cartazes. Quem tentar levantar palavras de ordem, como tem ocorrido nos ajuntamentos do último mês, será detido.
Imprensa internacional – A tensão que antecede a chegada o papa ao Rio de Janeiro é praticamente ignorada em Roma e no resto da Europa. Afora a imprensa católica, como o jornal Avvenire e a Radio Vaticana, pouco se tem falado sobre a 28ª Jornada Mundial da Juventude em Roma. Quando há notícias, elas são técnicas – ou giram em torno da programação do papa no Brasil ou das atitudes simples que serão adotadas por Francisco, como a escolha de um quarto mais singelo no Rio de Janeiro.
São raras as discussões e os aprofundamentos sobre os significados de sua primeira visita internacional. A última capa da revista semanal L´Espresso deteve-se em aprofundar os escândalos do “lobby gay”, para se ter ideia. Para os italianos, na verdade, a JMJ não é o grande feito católico de Francisco. Mas, sim, a grande reforma na Cúria Romana, prevista para ocorrer a partir dos primeiros dias de outubro.
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A divisão entre indicados de Lula e Bolsonaro no Copom e entrevista com Alexandre Schwartsman
As bolsa europeias e os futuros americanos são negociados em baixa na manhã desta quinta-feira, 9. Agora é oficial: o Copom mudou a rota da política monetária brasileira. O comitê projetava na reunião passada um corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic agora em maio. Não rolou. O Banco Central cortou os juros em 0,25 ponto percentual, para 10,50% ao ano. A decisão já era esperada pelo mercado e escancarou a divisão entre os membros do comitê. Os diretores e o presidente indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro são maioria e votaram por um corte de 0,25 ponto percentual na Selic. Os quatro indicados pelo governo Lula defenderam um corte maior de 0,5 ponto percentual. O comunicado do Copom diz que o cenário externo de mostra mais adverso e exige mais cautela no combate à inflação. O Brasil vai importar 1 milhão de toneladas de arroz por causa da destruição de safras no Rio Grande do Sul. Empresas como GM, Gerdau e Renner tiveram suas operações prejudicadas. O governo anunciou 1,7 bilhão de reais em obras para prevenção de desastres naturais. Diego Gimenes entrevista Alexandre Schwartsman, economista, colunista de VEJA e ex-diretor do Banco Central.
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