Fim de 14º e 15º salários tem aval da mesa do Senado
Proposta corta benefícios de deputados e senadores e economiza mais de 30 milhões anuais. Agora, o texto segue para o plenário do Senado
A mesa Diretora do Senado deu prosseguimento, nesta quarta-feira, à proposta que extingue o 14º e o 15º salários de senadores e deputados. O projeto de decreto legislativo, já aprovado pela Comissão de Atividade Econômica (CAE), obteve sinal verde e agora segue agora para o plenário do Senado. Em vez de receber vencimentos adicionais anualmente, os parlamentares passarão a receber “apenas” dois salários extras a cada quatro anos: um no primeiro mês do período e outro no último mês.
O texto foi apresentado pela atual ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em sua passagem pelo Senado. O aval da mesa Diretora do Senado é necessário porque o projeto trata do Orçamento da Casa. A reunião foi coordenada pela presidente em exercício do Senado, Marta Suplicy (PT-SP). Ela disse ter conversado sobre o tema com José Sarney (PMDB-AP), que está em licença médica. Segundo Marta, o presidente considerou a medida “muito adequada”. “A medida mostra um movimento de austeridade por parte do Senado”, afirmou a petista.
Na prática, o avanço da proposta se deu por pressão da opinião pública. O texto recebeu apoio dos mesmos senadores que nunca rejeitaram os salários adicionias. E a “austeridade” comemorada por Marta parece ser limitada: nesta quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado enterrou a proposta da reforma administrativa da Casa, que cortaria gastos excessivos e economizaria ao menos 140 milhões de reais por ano. Perto disso, os 4,3 milhões de reais poupados anualmente com o fim do 14º e 15º salários no Senado parecem um avanço pequeno. Na Câmara, o corte nos benefícios deve significar uma redução de 27, 3 milhões por ano.