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Ex-diretor Internacional da Petrobras vira réu por corrupção e lavagem

Justiça aceitou denúncia contra Jorge Zelada, quarto ex-diretor da estatal a responder a ação penal

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 ago 2015, 11h36

O juiz federal Sergio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, aceitou nesta segunda-feira denúncia do Ministério Público contra o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Jorge Zelada, e o transformou em réu pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e manutenção de depósitos não declarados no exterior. Zelada é o quarto ex-diretor da Petrobras a responder formalmente a uma ação penal por conta do escândalo do petrolão – antes dele também se tornaram réus os ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Renato Duque (Serviços) e Nestor Cerveró (Área Internacional).

A principal suspeita contra Zelada, sucessor de Nestor Cerveró na petroleira, é a de ter recebido propina para beneficiar a empresa americana Vantage Drilling no contrato de afretamento do navio-sonda Titanium Explorer. Além de Zelada, também se tornaram réus o ex-diretor geral da área Internacional da estatal Eduardo Musa, os lobistas Hamylton Padilha, Raul Schmidt Felippe Junior, João Augusto Rezende Henriques e o executivo Hsin Chi Su.

Segundo a acusação do MP, pelo menos 31 milhões de dólares do esquema foram parar nas mãos de Zelada, de Musa e do PMDB, responsável pelo apadrinhamento político do ex-dirigente. Apesar da denúncia, ainda não há referências diretas a políticos peemedebistas que possam ter recebido propina nesses contratos envolvendo navios-sondas.

No esquema, os lobistas Hamylton Padilha, Raul Schmidt Junior e João Augusto Rezende Henriques atuavam como intermediários da negociação, sendo que cabia a Padilha pagar a parte destinada a Eduardo Musa, a Raul Schmidt depositar a propina reservada a Zelada e a João Augusto Henriques pagar o dinheiro sujo ao PMDB. Em todos os casos, a propina era enviada diretamente para contas secretas no exterior.

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Ao analisar as acusações apresentadas pela força-tarefa da Lava Jato contra o ex-diretor Zelada, o juiz Sergio Moro afirmou haver indícios da participação do ex-dirigente no esquema criminoso. Uma auditoria interna da própria Petrobras indicou irregularidades de Zelada em benefício da empresa Vantage Drilling, houve contratos simulados para repasse da propina, além de contas secretas no exterior usadas pelo ex-diretor para esconder dinheiro sujo do petrolão. As transações financeiras de Jorge Zelada eram investigadas mais detalhadamente desde o início do ano, quando o Ministério Público Federal achou contas secretas em Mônaco com saldo de cerca de 11 milhões de euros.

O dinheiro estava em nome da offshore Rockfield Internacional S.A. A fortuna de Zelada foi bloqueada por determinação do juiz Sergio Moro na mesma época em que o magistrado também decretou o congelamento de 20 milhões de euros do ex-diretor de Serviços Renato Duque. “Há, em cognição sumária, provas documentais significativas da materialidade e autoria dos crimes, não sendo possível afirmar que a denúncia sustenta-se apenas na declaração de criminosos colaboradores”, resumiu o juiz.

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