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Eleonora Menicucci: “Mulheres não podem ter direitos reprodutivos e sexuais desrespeitados”

Em sua posse, nova ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres - que foi bombardeada pela bancada evangélica - não fala sobre aborto

Por Luciana Marques
10 fev 2012, 12h30

A nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, não se intimidou com as críticas dos parlamentares evangélicos e falou sobre os direitos reprodutivos das mulheres durante seu discurso de posse, nesta sexta-feira, no Palácio do Planalto. Ela substitui Iriny Lopes, que deixa o cargo para disputar a prefeitura de Vitória (ES). A solenidade contou com a presença maciça de feministas amigas de Eleonora.

Vestida de lilás – cor do movimento feminista -, a nova ministra não citou a palavra aborto. Mas disse que lutará pelos direitos reprodutivos da mulher. “Não podemos aceitar que mulheres sejam vistas como meros objetos sexuais, que morram durante a gravidez, que não realizem exames preventivos, que os serviços de atendimento às mulheres vítimas de atendimento sexual continuem sem manutenção, e que tenham seus direitos reprodutivos e sexuais desrespeitados”, afirmou.

Amiga de Dilma (com quem dividiu uma cela na prisão durante a ditadura), Eleonora contou como conheceu a presidente. “Nossas trajetórias, presidente Dilma, se entrelaçaram quando ainda muito jovens éramos. Nos engajamos na luta contra ditatura, fomos presas, torturadas. Tivemos um engajamento que nos ensinou a lidar com a adversidade”, afirmou.

Para ela, no entanto, sua indicação ao cargo não está diretamente ligada à amizade que tem com Dilma. “Meu currículo acadêmico, como pesquisadora da Unifesp há mais de 30 anos, me credencia e me dá suporte e segurança para desempenhar esse novo cargo”, afirmou.

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Dilma não poupou elogios à amiga. “Escolhi Eleonora por vários motivos, mas sobretudo pelo conjunto da obra”, disse. “Eleonora vai integrar o governo mais feminino da história desse país, não apenas por que tem mulher na presidência e dez mulheres à frente dos ministérios. Porque homens e mulheres do meu governo respeitam e defendem igualdade de gênero.”

Maria da Penha – A ministra afirmou que lutará a favor das domésticas que, segundo ela, estão desprotegidas pela legislação trabalhista. E citou a Lei Maria da Penha, cuja validade foi aprovada na quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Não podemos aceitar que mulheres continuem sejam estupradas ou que sejam assassinadas por seus companheiros.”

Em seu discurso de despedida, a ministra Iriny Lopes também citou a legislação que pune quem agride as mulheres. Com a decisão do Supremo, denúncias de agressão poderão ser feitas independentemente da vontade da própria vítima.

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A agora ex-ministra disse que, com o entendimento do STF, será possível resgatar a dignidade das mulheres vitimas de violência. “Pudemos confirmar que a presença do estado é insubstituível na paz e preservação das famílias”, disse. Segundo ela, a interpretação da lei pelo STF evitará a repetição de casos como o do goleiro Bruno, acusado de matar a ex-amante Eliza Samúdio, e da procuradora federal Ana Alice, assassinada pelo marido no último dia 2.

Evangélicos – A ministra tomou posse em meio a ataques da bancada evangélica no Congresso Nacional. Eles criticam o fato de Eleonora defender o aborto e ter dito, em entrevistas, que praticou o ato duas vezes. Em seu Twitter, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) convocou os evangélicos a combaterem a nova ministra, a quem chamou de “abortista”. “Quando a gente lê várias declarações dessa nova ministra, ela está no lugar e na época errada, devia estar em Sodoma e Gomorra”, escreveu no microblog na quinta-feira.

Na posse, Dilma saiu em defesa da nova ministra e mandou um recado para a bancada evangélica: “Governamos sem distinções políticas, religiosas ou de qualquer outra ordem.”

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Entre os militantes da época da ditadura militar presentes estava o ex-deputado e mensaleiro José Genoíno (PT).

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