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Documentos sugerem que Alstom pagou propina para empresa ligada à Petrobras

Levantamentos apreendidos pela Polícia Federal em 2006 apontam que a multinacional pagou propina para uma consultoria que atuou em termoelétrica

Por Da Redação
2 abr 2014, 10h21

Documentos apreendidos em uma operação da Polícia Federal sugerem que a empresa multionacional francesa Alstom pagou propina relacionada a um projeto da Petrobras no Rio de Janeiro. O pagamento estaria atrelado a maior termelétrica a gás do Brasil, a Termorio. Faturas comerciais, acordos de consultoria, e-mails, extratos bancários e depoimentos apontam a prática ilícita em relação ao projeto.

Os documentos foram apreendidos um uma operação da PF realizada em 2006 que desmontou um golpe contábil contra a hidrelétrica de Itaipu e outras companhias do setor elétrico. Na ação, seis pessoas foram presas, entre elas estava um engenheiro da Alstom. Os documentos foram apensados ao inquérito da PF que deu origem à ação penal contra onze pessoas. Um processo foi aberto pela Justiça Federal em fevereiro por corrupção e lavagem de dinheiro da empresa francesa em um projeto de uma extinta estatal de energia paulista.

O material indica que a Alstom pagou a uma empresa uruguaia por consultoria fictícia a respeito da obra da Termorio. Investigadores sustentam que o procedimento é o mesmo usado pela Alstom em diversos países para dissimular o pagamento de propina. Entre o material apreendido pela Polícia Federal está o acordo de consultoria entre a Aranza SA e a Alstom da Suíça datado de abril de 2004. Nesse documento, a empresa uruguaia é contratada para prestar serviços referentes à Termorio, que estava sendo construída pela multinacional francesa e que viria a ser utilizada na refinaria da Petrobrás em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Em depoimento à PF, o dono da Aranza, Luis Geraldo Tourinho Costa, um dos homens presos na operação, afirmou que cedeu a empresa e a conta para um funcionário da Alstom de nome José Reis para “transações financeiras relacionadas à Termorio”. Tourinho disse que “os depósitos eram feitos na conta da empresa e posteriormente recebia instruções de como proceder para dar destinação aos valores, sem saber do que se tratava”.

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Além disso, há faturas emitidas pela Aranza à Alstom por serviços relativos à Termorio, bem como e-mails do funcionário da multinacional Werner Fischer pedindo a um operador da empresa uruguaia que nos recibos constasse uma descrição do serviço “impressionante o suficiente para que uma eventual auditoria considerasse os custos como justificados”.

Alegações – A Alstom afirmou, em nota, que “está atualmente enfrentando acusações no Brasil relativas a não-conformidade com leis e regras de competição”. A empresa declarou que “não pode comentar sobre estas alegações, que predominantemente parecem referir-se a questões que ocorreram no início dos anos 2000 ou anteriormente, porque as investigações ainda estão em andamento”.

A multinacional francesa sustentou que “está, obviamente, levando essas alegações muito a sério”. “A empresa gostaria de ressaltar que tem implementado, em toda a sua organização, regras estritas de conformidade e ética que devem ser aderidas por todos os funcionários”. Procurada, a Petrobras não se posicionou. Tourinho Costa foi absolvido posteriormente do suposto golpe sobre Itaipu pelo qual foi preso, porque o crime não chegou a se concretizar.

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(Com Estadão Conteúdo)

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