Dilma pressiona aliados a barrar CPI da Petrobras
Presidente fala em motivação "meramente eleitoral" durante a posse do petista Ricardo Berzoini nas Relações Institucionais, diante de deputados da base
A presidente Dilma Rousseff aproveitou a cerimônia de posse do novo ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini (PT), para enviar um recado aos parlamentares aliados ao governo, na esperança de barrar a criação da CPI da Petrobras. Dilma disse ter certeza que, com Berzoini à frente da articulação do governo, “os aliados saberão agir para impedir que motivações meramente eleitorais acabem por atropelar a clareza e esconder a verdade”. “Tenho certeza, sobretudo, que aquilo que o povo quer, o Congresso e o governo juntos saberão fazer”, disse.
Dilma substituiu Ideli Salvatti por Berzoini, considerado o homem-forte de Lula e com melhor trânsito entre os congressistas, para pacificar a base aliada. Ao assumir o cargo, o novo ministro fez coro ao discurso da presidente: “Em uma CPI em ano eleitoral, com esse viés, obviamente se cria uma expectativa mais de disputa político-eleitoral do que uma investigação criteriosa”, disse Berzoini. Escanteada, Ideli assumiu a Secretaria de Direitos Humanos, uma pasta de pouca expressão, no lugar da ex-ministra Maria do Rosário, que disputará as eleições deste ano.
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Diferentemente da última cerimônia de posse, boicotada por deputados da base, congressistas aliados ao governo compareceram ao Planalto nesta terça. Estiveram presentes até mesmo integrantes do “blocão”, grupo informal criado para pressionar o governo, como Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Bernardo Santana (PR-MG) e André Moura (PSC-SE). Não houve, porém, qualquer sinalização de recuo na criação da CPI. “O Senado já assinou, e isso não tem por que mudar. Se os senadores mantiverem as assinaturas, nós manteremos as nossas. Será um trabalho isento. Não vejo isso como um processo eleitoral”, afirmou Cunha. O “blocão” vai se reunir nesta tarde para definir um posicionamento sobre a investigação da Petrobras.