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“Dilma vai embora, que o Brasil não quer você”: o protesto em Copacabana

Multidão se reuniu na orla carioca para protestar contra o governo. Uma fração pedia intervenção militar. Nova passeata foi convocada para 12 de abril

Por Leslie Leitão 15 mar 2015, 16h37

Atualizado às 18h10

A Polícia Militar do Rio de Janeiro anunciou no final da tarde que não divulgaria estimativa oficial do número de pessoas que se reuniram em Copacabana neste domingo para protestar contra o governo Dilma. Fontes da polícia falaram informalmente em 15 000 participantes. Os organizadores da manifestação estimaram o número em 100 000. O certo é que a orla foi tomada por gente vestida de verde e amarelo, em especial com camisas oficiais da seleção brasileira, que estavam no armário desde o humilhante 7 a 1 para a Alemanha em julho do ano passado. Tinham também os rostos pintados, e enfrentaram a temperatura que ultrapassava os 30 graus.

As pessoas gritavam “Fora Dilma!” e “Fora PT!”. Cantavam uma adaptação de Pra Não Dizer que Não Falei das Flores, de Geraldo Vandré, que foi um hino da resistência do movimento civil que fazia oposição à ditadura militar. “Dilma vai embora/que o Brasil não quer você/E leva o Lula junto/com os bandidos do PT”.

Dois caminhões de som – dos movimentos Vem Pra Rua e Brasil Livre – puxavam as músicas pedindo o fim da corrupção na Petrobras e cobrando a saída da presidente. Um a um, os organizadores empunhavam o microfone para reclamar do governo. O engenheiro Marcelo Medeiros, de 65 anos, do Movimento 31 de Julho, gritava: “Vocês odeiam a classe média e as elites. Só que nos geramos empregos!”

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Nenhum discurso foi tão incisivo – nem tão aplaudido – quanto o do humorista Marcelo Madureira, do grupo Casseta & Planeta, e colaborador de VEJA: “Os brasileiros unidos vão tirar o PT do poder”, disparou. O carro de som, então, colocou uma versão de Pega na Mentira, de Erasmo Carlos, com o refrão “Um doi, três, Dilma no xadrez!”

Um dos poucos grupos de adolescentes contava com as primas Mariana Oliveira, de 19 anos, e Helen Martins, 16. Moradora de Copacabana. Mariana disse que ficou surpresa com a pequena quantidade de adolescentes, mas disse estar ali por ser contrária às políticas adotadas pelo governo petista: “É uma política que dá muito aos pobres, mas esquece o resto do povo.”

A mãe de Mariana, a empresária Francilene Oliveira, de 42 anos, endossou o discurso e pediu o cancelamento da última eleição. “Com o impeachment da Dilma não muda nada, porque todos que estão no poder são corruptos. Então, precisamos cancelar tudo. Convocaria povo às urnas novamente e sem as mentiras que foram contadas de que eles vão perder os benefícios dos programas sociais, para o PT não continuar escravizando a população menos instruída”, dizia.

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O príncipe João de Orleans e Bragança segurava uma faixa de protesto pedindo respeito ao Brasil. Ele recusou a divisão entre ricos e pobres: “Nosso país não é dividido em duas partes, mas em 200 milhões. Estamos aqui contra a corrupção e contra o projeto autoritário que está no poder. Falta de moral e cuidado com dinheiro público. O PT foi o grande pilar da ética e se desvirtuou”, afirmou.

Militares – Algumas dezenas de pessoas pediam intervenção militar e se destacaram na multidão. Um jipe camuflado tocava o hino da brigada Paraquedista. Jair Bolsonaro e o filho, Flávio Bolsonaro, aglutinaram em torno de si boa parte dos manifestantes. O pai chegou a ser vaiado por um grupo, mas tirou muitas fotos com simpatizantes e discursou contra o governo – embora não tenha subido em carro de som. Um dos que aplaudiam o discurso de Bolsonaro era o engenheiro William Macedo, de 58 anos, morador da Tijuca: “Quero lutar por um país melhor para meus filhos. É um ato de repúdio a essas ideologias alienígenas de Cuba, Albânia e Coreia do Norte. É preciso que haja o Impeachment e uma intervenção militar constitucional. Defendo também a pena de morte. Para determinados crimes, a prisão perpétua é pouco. Os crimes desses políticos são hediondos, então eles devem ser fuzilados”, afirmou.

Novo protesto – Entre aplausos ao juiz Sergio Moro e vaias ao ministro Dias Toffoli, no final da manifestação, os organizadores avisaram a data do novo protesto: 12 de abril. Com um pedido: “Tragam suas panelas e colheres de pau”.

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