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Delegado pede prisão preventiva de acusados de matar cinegrafista

Inquérito que será levado ao Ministério Público sustenta que Caio Silva de Souza e Fabio Raposo Barbosa têm participação equivalente na morte de Santiago Andrade

Por Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
14 fev 2014, 12h12

O delegado Maurício Luciano de Almeida requisitou a prisão preventiva dos dois acusados de matar o cinegrafista Santiago Andrade. O pedido está no inquérito que chegará às mãos na tarde desta sexta-feira da promotora de Justiça Claudia Condack, do Ministério Público do estado do Rio de Janeiro, que terá cinco dias para apresentar a denúncia à Justiça. Os dois indiciados pelo crime, Caio Silva de Souza e Fábio Raposo Barbosa, ambos de 22 anos, estão presos com base na decretação pela Justiça de prisão temporária, com prazo de 30 dias. Se a prisão preventiva for decretada, os dois permanecem presos até o julgamento determinar a pena que cumprirão.

Com o término das investigações, Almeida disse estar convencido de que Souza e Raposo tiveram responsabilidade “dividida e equivalente” pela deflagração do rojão que matou Santiago. O delegado considera indiferente a divergência de versões dos rapazes sobre quem acendeu o rojão.

“Cada um teve o mesmo grau de relevância para o crime”, disse Almeida ao site de VEJA.

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Almeida está confiante de que ambos serão levados a júri popular na 3ª Vara Criminal da capital. A promotora Claudia Condack também já disse ver indícios suficientes, por homicídio doloso. Almeida considerou, no relatório do inquérito, que Souza e Raposo devem responder pelos crimes de homicídio doloso qualificado com o uso de explosivo e pelo crime de explosão. A pena para cada acusado pode chegar a 34 anos de prisão. Os dois também podem ser condenados a pagar multa.

O advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende os dois rapazes, vai tentar na Justiça atenuar a punição de ambos. Ele pretende convencer o juiz de que ambos devem responder por lesão corporal seguida de morte, punida com até 12 anos de prisão, em vez de responderem por homicídio qualificado e explosão.

No inquérito, Almeida defende que quem participa da deflagração de um artefato com o poder lesivo de um rojão, como o que atingiu Santiago, assume o risco de produzir uma morte. Por isso, houve “dolo eventual”, argumenta o delegado. “Era previsível, quando acenderam o rojão, que eles poderiam atingir uma pessoa e causar uma morte. Uma pessoa normal tem conhecimento do poder desse explosivo. Dizer que desconheciam o poder letal do rojão não vai convencer”, afirma o delegado.

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A identificação dos acusados foi feita em imagens de vídeo e fotografias, que foram anexadas ao inquérito para o envio à Justiça. Raposo também assumiu ter participado da deflagração do rojão e identificou Souza. Depois, Souza assumiu ter lançado o artefato.

Apesar disso, multiplicaram-se nas redes sociais teorias conspiratórias sobre a responsabilidade pela deflagração do rojão. Internautas especulam que Souza era mais moreno do que aparentava na primeira fotografia que mostrou os suspeitos, feita pela Agência O Globo. Nas redes sociais, surgiu uma corrente que defendia que os verdadeiros culpados estariam soltos. Nada mais “estapafúrdio”, defende o delegado. Como sustenta Almeida, Souza e Barbosa foram identificados também em imagens da TV Brasil que mostram os momentos anteriores à deflagração. Outras imagens mostram Souza na Central do Brasil.

“É a teoria da conspiração. Surgiriam, então, dois ‘bois de piranha’ para assumir um crime em rede nacional? A internet tem um papel fundamental, mas também dá margem a informações completamente estapafúrdias. Isso é parecido com a tese de que Elvis Presley está vivo”, disse Almeida.

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