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Delatores da Andrade e Odebrecht ligam Cabral a propina em obras da Copa do Mundo

Executivos relataram aos procuradores que o ex-governador cobrou vantagem indevida sobre obras do metrô e do estádio do Maracanã

Por Da Redação
22 jun 2016, 10h47

Dois delatores da Operação Lava Jato, um ligado à Odebrecht e outro à Andrade Gutierrez, envolveram o ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB) em esquemas de corrupção em obras do metrô e na reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014.

Em seu acordo de delação premiada, o ex-executivo da construtora Andrade Gutierrez Clóvis Renato Primo relatou que o então secretário de Governo de Cabral, Wilson Carlos, pediu à empreiteira que pagasse propina ao Tribunal de Contas do Estado do Rio, órgão responsável justamente por fiscalizar as obras públicas do governo estadual e das prefeituras. O pagamento da vantagem ilícita teria o objetivo de evitar problemas com o tribunal em relação às obras do estádio do Maracanã, que sediou o final da Copa do Mundo. A informação foi publicada pelo jornal O Globo na edição desta quarta-feira.

Segundo Primo, a propina seria de 1% do valor da obra e seria repassada ao então presidente do TCE José Maurício Nolasco. O delator autorizou o pagamento, mas não soube dizer se ele foi feito efetivamente. As obras no estádio deveriam ter custado 705 milhões de reais aos cofres públicos, mas, após receber 16 aditivos, a cifra aumentou para 1,2 bilhão de reais.

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Em outra frente da investigação, o ex-diretor-presidente da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Júnior, que foi preso em fevereiro na Operação Acarajé, contou a procuradores da Lava Jato que Cabral cobrou propina sobre as obras, além do Maracanã, do metrô e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo noticiada nesta quarta, o peemedebista tinha como regra exigir 5% de propina do valor total das obras. As informações foram prestadas durante a fase de negociação da delação premiada, que ainda não foi fechada com a procuradoria.

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No final de março, sob regime de delação, Clóvis Primo e outro ex-executivo da Andrade Gutierrez Rogério Nora Sá já haviam dito aos investigadores que Cabral pediu propina para autorizar a empreiteira a se associar à Odebrecht e à Delta no consórcio constituído para reformar o Maracanã. Nora Sá teria até se encontrado com Benedicto Júnior para combinar o acerto, em 2009.

Em nota enviado aos jornais, Cabral negou as acusações e manifestou “indignação e repúdio ao envolvimento de seu nome com qualquer ilicitude”. Segundo o ex-governador, sua administração foi pautada “pela autonomia dos secretários nas suas respectivas pastas, assim como nos órgãos, autarquias, empresas e institutos subordinados às secretarias”.

O conselheiro do TCE José Maurício Nolasco afirmou ao Globo que jamais se encontrou com o ex-executivo da Andrade Gutierrez e, portanto, nunca houve qualquer conversa ou solicitação de propina. A defesa do ex-secretário de Cabral Wilson Carlos não se pronunciou sobre as denúncias.

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(Da redação)

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