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Debate engessado impede confronto entre favoritos

Com apenas um bloco dedicado ao embate direto, perguntas escolhidas por sorteio e cronômetro rígido, Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves só se alfinetaram à distância no debate da Igreja Católica

Por Bruna Fasano, Mariana Zilberkan e Andressa Lelli
16 set 2014, 23h50

Realizado em um formato engessado, o debate promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela TV Aparecida na noite desta terça-feira impediu o confronto direto entre os três principais candidatos à Presidência – Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) – e evitou que o trio enfrentasse os temas mais espinhosos esperados para o encontro da cúpula da Igreja Católica – como aborto, casamento gay e questões indígenas.

O debate teve cinco blocos, mas apenas um deles foi destinado à troca de perguntas entre os presidenciáveis. Os demais quatro blocos serviram apenas para que os candidatos discursassem como se estivessem em seus respectivos programas eleitorais. Dois blocos foram constituídos de perguntas e respostas – feitas por bispos e jornalistas de emissoras católicas -, sem réplicas nem comentários de outros candidatos. Um bloco foi temático para que eles falassem sobre a reforma política. E o último dedicado às considerações finais. Outro detalhe atrapalhou bastante os participantes: o cronômetro rígido do mediador fez com que quase todas as perguntas e respostas fossem interrompidas, ficando sem conclusão.

No único bloco dedicado ao choque direto, o sorteio de quem perguntaria para quem também inviabilizou o embate franco entre Dilma, Marina e Aécio. A candidata do PSB trocou perguntas e respostas com Eymael, do nanico PSDC. Dilma teve de questionar o folclórico Levy Fidelix (PRTB), e foi questionada por Eduardo Jorge (PV) – que estourou seu tempo e sequer conseguiu completar a indagação que faria sobre energia nuclear.

Por volta das 23h30, quando o debate dava sinais de que terminaria sem um único momento acalorado, no final do quarto bloco Pastor Everaldo (PSC) pediu a opinião de Aécio Neves sobre os escândalos de corrupção na Petrobras. O tucano disparou: “É uma denúncia que fez o mensalão parecer coisa pequena. Estamos no local mais adequado, que é a casa da padroeira do Brasil, para dizer que o país não pode continuar administrado com tanto descaso”. Na sequência, Luciana Genro (Psol) usou seu tempo para atacar Aécio, que revidou: “A candidata volta às origens como linha auxiliar do PT”. Luciana irritou-se: “Linha auxiliar uma ‘ova’. O PT aprendeu com o senhor e com o seu partido, o mensalão foi continuação do mensalão do seu partido. O senhor é tão fanático por privatizações que privatizou um aeroporto para sua família”. Dilma e Aécio solicitaram e conseguiram direito de resposta de um minuto cada para trocarem farpas.

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A participação no debate católico era tratada com apreensão pelo comando das campanhas, temerosas que um eventual deslize em temas como aborto e casamento gay pudesse ser explorado pelos adversários nas propagandas eleitorais. Mas não foi o que aconteceu: por causa do sorteio, apenas Aécio respondeu – sem sobressaltos – sobre união homossexual. Dilma falou sobre saúde, e Marina, sobre saneamento básico.

Segundo o Datafolha, Dilma tem 40% das intenções de votos entre os eleitores que se declaram católicos; Marina, 29%; e Aécio, 17%. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 123 milhões (64% da população) de católicos.

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