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Cooperativa barra sócios em votação de novos diretores

Mutuários não participaram da assembleia por moverem ação contra a Bancoop

Por Laura Diniz e Carolina Freitas
24 fev 2011, 14h00

A direção da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) impediu 22 associados de participarem da assembleia que elegeu a nova diretoria da entidade. O encontro se deu no dia 10 de fevereiro, na capital paulista, e terminou com a eleição de Vagner de Castro e a renovação de parte do conselho fiscal da cooperativa. Em setembro de 2009, 109 mutuários já haviam sido barrados na entrada de uma assembleia. Os cooperados dizem ter sido impedidos de entrar no prédio por um advogado da Bancoop sob o argumento de que, por moverem ações contra a entidade, não poderiam votar ou assistir à reunião. Segundo os mutuários, era feita uma triagem em frente ao prédio. Mesmo assim, de acordo com eles, pessoas chegaram em uma van e entraram sem ser abordadas pelos seguranças após o horário de início da assembleia. O depoimento de um ex-funcionário da Bancoop ao Ministério Público de São Paulo no ano passado já levantava suspeitas sobre irregularidades nas reuniões. Segundo Flávio Fernandes dos Santos, ele e colegas, das áreas administrativa, financeira e de informática, tiveram seus nomes incluídos em listas de presença de assembleias sem ter comparecido a elas. Uma delas elegeu João Vaccari Neto presidente da Bancoop. Por conta da manipulação, a assembleia foi suspensa pela Justiça paulista. O recém-eleito presidente da Bancoop, Vagner Castro foi diretor técnico da cooperativa e assumiu interinamente a presidência da entidade em fevereiro de 2010, quando João Vaccari Neto afastou-se do cargo. Vaccari responde a processo criminal por estelionato, tentativa de estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Segundo a Justiça de São Paulo, ele teria cometido os crimes ao comandar um esquema de desvio de dinheiro da Bancoop que lesou 3.000 pessoas. Entenda o caso – Em março de 2010, VEJA revelou com exclusividade que, após três anos de investigações, o Ministério Público de São Paulo havia posto as mãos na caixa-preta do esquema Bancoop e descoberto que dirigentes da cooperativa lesaram milhares de associados para montar uma operação que abasteceu a campanha de Lula em 2002 e encheu os cofres de empresas pertencentes a petistas. João Vaccari Neto, ex-presidente da Bancoop e tesoureiro do PT à época, foi apontado como o pivô do esquema. Em resposta às acusações, petistas voltaram-se contra o promotor José Carlos Blat. Para eles, o promotor agia de forma a beneficiar setores do MP ligados ao tucano José Serra, com interesses eleitorais. Em 8 de março, tucanos reuniram assinaturas em número suficiente para a abertura de uma CPI e deram como certa a convocação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Após análise de extratos bancários de 2001 a 2008, o promotor Blat estimou que o rombo do esquema Bancoop podia passar dos 100 milhões de reais. E, ainda no início de março, foi criada a CPI da Bancoop na Assemblea Legislativa de São Paulo. João Vaccari Neto negou o desvio e o rombo financeiro. Classificou o caso de “ação eleitoral” e diz que houve apenas “desequilíbrio financeiro”. Em 13 de março, mais uma reportagem de VEJA apontou a conexão entre os escândalos Bancoop e mensalão. A revelação está em uma série de depoimentos prestados por Lúcio Bolonha Funaro, considerado um dos maiores especialistas em fraudes financeiras, à Procuradoria-Geral da República. Em outubro, o promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, pediu à Justiça abertura de processo contra João Vaccari Neto e outras cinco pessoas envolvidas no esquema de desvio de dinheiro. Dez dias depois, a Justiça aceitou a denúncia. Em fevereiro desse ano, o TJ-SP penhorou a sede da cooperativa, no centro de São Paulo.


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