Complexo da Maré já soma duas mortes desde a ocupação
Uma terceira pessoa ficou ferida, mas ainda não se sabe de onde tiros saíram
A morte de uma idosa na noite de segunda-feira é a segunda no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, desde o início da ocupação, há dez dias. Terezinha Justino da Silva, de 67 anos, foi atingida com tiros no peito, mas ainda não se sabe em que circunstâncias. A vítima, que vivia na Vila dos Pinheiros, morreu logo depois de ser levada ao Hospital Federal de Bonsucesso, também na Zona Norte.
O crime está sendo investigado. A assessoria da Força de Pacificação nega que tenha participado de confronto com criminosos no horário em que Terezinha foi alvejada, por volta das 21h30. Em entrevista à rádio CBN, o major Alberto Horita, relações públicas da Força de Pacificação, afirmou que uma viatura foi alvo de tiros por volta das 22 horas, e que “a patrulha não efetuou nenhum disparo”.
Os disparos que mataram a idosa feriram outra pessoa, que não teve a identidade revelada. A informação é do delegado da Divisão de Homicídios, Fábio Cardoso: “Estamos com delegados e peritos no local e já verificamos que uma segunda vítima foi atingida, socorrida e sobreviveu. Já estamos tratando disso, para colher todas as informações e entender a dinâmica dos disparos”.
No sábado, um jovem morreu durante tiroteio com militares na Vila São João, do mesmo conjunto de favelas. Jefferson Rodrigues da Silva, de 18 anos, foi atingido por tiros que partiram dos agentes da Força de Pacificação. Em depoimento na 21ª DP (Bonsucesso), três policiais militares afirmam ter somente revidado a um ataque iniciado pelo jovem, que não tinha antecedentes criminais.
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(Com Estadão Conteúdo)