Depois de vários anos perseguindo um crescimento econômico convincente, o Brasil enfim alcançou os outros grandes emergentes do planeta, afirma reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal americano The Wall Street Journal. O país vinha sendo considerado a ovelha negra do Bric, o bloco formado por Brasil, Rússia, Índia e China. De acordo com o WSJ, contudo, os brasileiros finalmente se juntaram “à linha de frente das novas potências econômicas”.
“O Brasil está colocando o ‘B’ em Bric”, afirma a reportagem. “Por muito tempo nesta década, o lento Brasil parecia fora da sua liga, jogado no mesmo bojo das economias emergentes dinâmicas da Rússia, Índia e China. Os céticos diziam que ‘RIC’ era um termo mais preciso.” Segundo o WSJ, a economia brasileira, “lentamente e sem muito estardalhaço, dobrou uma grande esquina”. E essa guinada é atribuída à força cada vez maior do real, valorizado e estável.
“O Brasil adicionou um ingrediente chave que muito tempo lhe faltou: uma moeda com poder de permanência.” A reportagem atribui a isso o grande fluxo de investimentos estrangeiros nos últimos anos. Com o bom momento, a expectativa do WSJ é de que a economia brasileira cresça 5% pelo segundo ano consecutivo, marca ainda distante da China, mas ainda asim expressiva quando se trata de país que “parecia na beira de uma moratória em massa em 2002”.
Na avaliação do diário americano, os brasileiros não precisam pensar em crescer tanto quanto chineses e indianos, já que sua margem para expansão da economia é bem menor. “O país não tem a poupança e o investimento de China e Índia. Mas o Brasil atingiu um estágio mais maduro de desenvolvimento do que elas, com população urbanizada maior e uma riqueza per capita mais alta. É simplesmente menos provável que ele dê grandes saltos hoje em dia.”