Batalha entre presos deixa 9 mortos em cadeia no MA
Confronto de facções no Complexo de Pedrinhas, em São Luís, resultou em rebelião que teve ainda cerca de 20 feridos. São 12 mortes no local em dez dias
Uma rebelião motivada por um conflito entre gangues de presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, deixou pelo menos nove detentos mortos e cerca de vinte feridos na noite desta quarta-feira, confirmou em comunicado o governo do Maranhão. A Secretaria de Segurança Pública estadual atribuiu o motim a uma disputa entre grupos rivais em uma das unidades do complexo penitenciário, onde outros três presos morreram na semana passada também durante um confronto.
A disputa desta vez aconteceu depois que uma operação policial realizada esta semana terminou com a prisão de dezesseis integrantes de uma facção conhecida como “Bonde dos 40”, a maior organização criminosa do estado, segundo o governo maranhense. Aparentemente, os rivais do grupo desarticulado aproveitaram seu enfraquecimento para um acerto de contas dentro do presídio.
O confronto ocorreu no começo da noite, quando os presos foram retirados do pavilhão para uma inspeção, pois a direção do complexo penitenciário recebeu informações de que aproximadamente sessenta internos estavam escavando um túnel. Os presos que incitaram a rebelião foram precisamente os que estavam na cela na qual o túnel foi descoberto.
O secretário de Estado de Segurança Pública do Maranhão, Aluízio Mendes, chegou a anunciar no início da manhã o saldo de treze mortos e trinta feridos. Depois, o número foi revisto para dez mortos e 26 feridos e caiu de novo no início da tarde. A confusão se deu por causa da duplicidade na contagem dos corpos e dos feridos. Até agora apenas cinco das vítimas fatais haviam sido identificadas no IML.
Familiares – Alguns familiares dos detentos se dirigiram até o complexo para obter informações sobre o estado de seus parentes e entraram em confronto com policiais após serem impedidos de se aproximar do local.
No início da madrugada desta quinta, a situação foi controlada pela Polícia Militar maranhense, que realizou uma revista geral em todo o complexo prisional, segundo o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes.
No dia 1º de outubro, outros três presos foram assassinados na mesma penitenciária, um deles decapitado, em um motim provocado pela decisão da diretoria do presídio de transferir dezoito internos. O complexo penitenciário de Pedrinhas já foi cenário de vários motins, um deles ocorrido em 2010, no qual morreram vinte pessoas.
(Com agência Estadão Conteúdo e EFE)
(Atualizado às 15h09)