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Apesar da chuva, Cantareira recebe 46% menos água que o esperado

'Efeito esponja' provocado pelo solo seco atrapalha vazão do reservatório, que chegou nesta quinta-feira a 9,5% da capacidade

Por Da Redação
19 fev 2015, 09h07

Mesmo com o fevereiro mais chuvoso em nove anos, o Sistema Cantareira tem recebido um volume de água 46% abaixo da média histórica para o mês. Boletim da Agência Nacional de Águas (ANA) mostra que a entrada de água nos reservatórios ainda está 30.500 litros por segundo menor do que o esperado, resultado do “efeito esponja” provocado pelo solo seco. Essa diferença corresponde ao dobro do que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tem retirado para abastecer cerca de 6,5 milhões de pessoas na Região Metropolitana.

Até a quarta-feira, o manancial registrou uma vazão afluente média (água que entra) de 34.900 litros por segundo, volume 310% maior do que o registrado nos meses de janeiro deste ano e fevereiro de 2014 – o índice nas duas ocasiões foi de apenas 8.500 litros por segundo. Em tempos de seca extrema nos reservatórios, o dado parece animador, mas ainda está longe da normalidade do chamado ciclo hidrológico do manancial. A vazão esperada para fevereiro é de 65.400 litros por segundo, a mais alta do ano.

Nesta quinta-feira, o volume de água acumulado no reservatório foi de 9,5%, alta de 0,6 ponto porcentual em relação ao dia anterior. Parte da recuperação do Cantareira, que sofria quedas mensais desde maio de 2013 e retomou o nível de novembro, deve-se ao aumento das chuvas. Até esta quinta, a pluviometria acumulada era de 260 milímetros, 29% acima da média para todo o mês, que é de 199,1 milímetros. A dez dias para o fim de fevereiro, o volume é o maior registrado neste mês no manancial desde 2006, quando choveu 283,4 milímetros. No ano passado, foram 73 milímetros.

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“O dado positivo é que as chuvas voltaram, mas não adianta ficar muito empolgado porque, em relação à vazão afluente, ainda estamos muito abaixo da média. O que podemos dizer, desde que tenhamos essa sorte em março e abril, é que há chance de nos livrarmos do rodízio radical e de não precisarmos usar o terceiro volume morto. Mesmo assim, começaríamos 2016 pior do que no ano passado”, explica o engenheiro civil José Roberto Kachel, especialista em hidrologia.

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Corte – As chuvas, contudo, não teriam o menor impacto não fosse a redução de 66% do volume de água retirado do Cantareira pela Sabesp para abastecer a Grande São Paulo, além de mais 5,5 milhões de pessoas nas regiões de Campinas e Piracicaba. Há um ano, a captação era de 32,6 mil litros por segundo, e, agora, caiu para 11.000 litros por segundo. Com isso, o manancial terá superávit pela primeira vez em 22 meses.

O resultado, contudo, tem sido obtido mediante uma redução drástica da pressão da água e fechamento de 40% da rede, provocando longos cortes no abastecimento, como na casa de Maria Aparecida Terra, de 40 anos, no Jaçanã, zona norte da capital, onde a água não chega desde domingo. “Tem idosos, doentes e crianças no local e estamos preocupadíssimos, pois nossa pouca reserva está quase zerada”, disse. A Sabesp afirma que está reavaliando as áreas de redução da pressão.

(Com Estadão Conteúdo)

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