Neste ano, quem planeja viajar de avião próximo ao Natal deve levar um item extra na bagagem: a paciência. No dia 23 de dezembro, os funcionários do setor aéreo iniciarão uma greve nos principais aeroportos do país e os atrasos e cancelamentos de voos serão inevitáveis.
As duas categorias já haviam decidido pelo estado de greve no início da semana, mas a confirmação de que todos os sindicatos vão aderir veio na tarde desta quinta-feira. Cerca de 150 representantes dos aeronautas – que trabalham nas aeronaves – participaram de uma assembleia no Rio de Janeiro para avaliar se o grupo seguiria o que os aeroviários – que atuam nos aeroportos – já haviam decidido. A escolha pela greve no dia 23 foi unânime.
Os dois grupos estavam em negociação com as empresas aéreas desde o início do semestre. Eles pedem 15% de reajuste do salário, mas conseguiram apenas uma proposta de aumento de acordo com a inflação, de 6,08%. “Não temos a menor intenção de atrapalhar a sociedade, mas a intransigência das companhias nos leva a isso”, afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Fochesato. “Não há mais reuniões marcadas, mas, se as empresas resolverem apresentar uma contra-proposta até lá, não nos furtaremos de ouvi-la”.
Entre os aeroviários a decisão também está confirmada e a categoria está disposta a parar completamente no dia 23 – deixando apenas o efetivo mínimo de 30% previsto em lei para casos de greve. Alguns sindicatos regionais ainda analisam a proposta, mas os representantes dos estados em que a greve terá maior impacto, como Rio de janeiro, São paulo e Brasília, já aderiram.
A assessoria de imprensa do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) não foi encontrada, mas, na quarta-feira, havia informado que não trabalha com a possibilidade de uma paralisação no fim de ano. É esperar para ver.