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A campanha de Cesar Maia para salvar o DEM

Ex-prefeito traça os cenários possíveis para o partido no Rio em 2014, a partir do desempenho dele próprio e do filho, Rodrigo, nas eleições municipais

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 ago 2012, 13h40

“A questão não é apenas se me elejo, mas como me elejo. Se ganhar com 30 mil votos, a imprensa dirá: uma boa aposentadoria para o Cesar Maia. Se tiver 40 mil, dirão que ainda estou vivo. Mas se tenho 65 mil, quem é o interlocutor no Rio em 2014?”, projeta Cesar

Cesar Maia governou o Rio por 12 anos, como lembra a placa que repousa sobre a mesa de centro do seu escritório. Esteve com as rédeas um pouco mais que isso, depois de ter elegido o vice, Luiz Paulo Conde. A tranquilidade da rotina de trabalho na casa da Estrada das Canoas, onde o ex-alcaide se abriga para trabalhar pelo Democratas e para se manter em dia com o noticiário da América Latina, é interrompida por uma causa nobre. Com o casaco que transformou uma marca de seus mandatos – e não importava se era inverno ou o verão inclemente do Rio – Cesar está de volta às campanhas. No momento, cuida tanto da própria candidatura à Câmara de Vereadores da capital como da chapa encabeçada pelo filho, Rodrigo, para a prefeitura. Os motivos de Cesar para concorrer ao pleito passa ao largo de uma vocação para a vereança, etapa mais comum em início de carreira política. A missão é maior: garantir a sobrevivência do DEM, cambaleante principalmente após a criação do PSD.

A expectativa de Cesar é de que os candidatos a vereador e prefeito pelo DEM tenham uma “performance de qualidade”. Em termos quantitativos, o ex-prefeito sabe que os resultados não deverão ser os melhores. A aposta é em alguns nomes de visibilidade que fortaleçam o partido e ajudem nas eleições de 2014. Com políticos influentes na cidade, o objetivo será construir um caminho para a legenda se consolidar nos estados, aumentando a quantidade de deputados estaduais – no Rio de Janeiro, a sigla atualmente não tem representante na Assembleia Legislativa.

Os votos que pai e filho conquistarem nesta eleição abastecem o Democratas para a corrida daqui a dois anos, para a Assembleia Legislativa do Rio e a Câmara dos Deputados. A dúvida atual do ex-prefeito é sobre o tamanho da vitória que pode ter. “A questão não é apenas se me elejo, mas como me elejo. Se ganhar com 30 mil votos, a imprensa dirá: uma boa aposentadoria para o Cesar Maia. Se tiver 40 mil, dirão que ainda estou vivo. Mas se tenho 65 mil, quem é o interlocutor no Rio em 2014?”, projeta Cesar, antevendo o peso que o DEM pode ter nas próximas eleições presidenciais.

Para Cesar, voltar às ruas, desta vez aos 67 anos, implica em algumas mudanças na forma de fazer campanha. A última vez que teve realmente de enfrentar o povo cara a cara e rodar a capital em busca de votos foi em 2000. Como diz, a busca pela reeleição em 2004 foi “canoagem”. A seu favor, o fato de as pessoas o conhecerem. Contra, a percepção de que poucos estão informados sobre a sua tentativa de se tornar vereador. Isso mudará a partir do início do programa eleitoral, em 21 de agosto, quando Cesar terá um importante naco de aparição. Ele abrirá os programas da tarde e na noite e provavelmente terá um minuto para dar o seu recado aos cariocas.

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Por enquanto, a campanha está concentrada nos “pontos de fluxo”. “Eu não tenho mais 45 anos. Antes, era o campeão do corpo a corpo. Subia todas as favelas do Rio, ia a todas as feiras”, conta Cesar. Hoje, a estratégia montada é ir a locais onde há grande movimentação popular, se fixar em uma padaria ou algum estabelecimento da área e abordar os pedestres. A equipe que o acompanha na rua é composta por mais quatro, sem alvoroço. O total de pontos de fluxos visitados chega a 13. Alguns locais por onde Cesar passou são calçadão de Campo Grande, Mercadão de Madureira, feira de Irajá e Pavilhão de São Cristóvão. “Fico zanzando em um círculo de 10 metros”, explica.

O casaco voltou, mas o estilo da época dos “factoides” e do tempo em que criou manchetes ao criar eventos aparentemente sem lógica, mas de grande repercussão – o mais famoso deles foi ter pedido um sorvete ao balconista de um açougue – ficou para trás. Cesar procura ser mais discreto e distribuiu cartões de visita. “Não é panfletagem”, esclarece. Em cada ponto de fluxo, distribui de 600 a 700 cartões. “Peço licença, pergunto se tem um minuto, ofereço um cartão e me apresento, lembrando que sou candidato a vereador, não a prefeito”, conta. Neste momento, aproveita e faz a propaganda para o filho.

A situação de Rodrigo, no momento, é mais difícil que a do pai. Com 6% das intenções de voto nas pesquisas Datafolha e Ibope, o deputado federal é mais conhecido por sua atuação em Brasília que por seu trabalho no Rio. E precisa torcer pelos tropeços do favorito à reeleição, Eduardo Paes, do PMDB, rival na disputa e desafeto dos Maia. Mais garantida, por enquanto, é a presença de Cesar como voz da oposição na Câmara Municipal.

“Na câmara poderei exercer na plenitude o poder de fiscalizar”, afirma Cesar que, enquanto não tem o cargo, exerce a tarefa através do seu ‘ex-blog’ – a lista de e-mails que envia para quem se cadastra em seu site, criada a partir da extinção do blog que mantinha. As mensagens diárias vão de questões relacionadas à política internacional e, de preferência, à prefeitura do Rio. “Tenho experiência grande na cidade e gigante como prefeito. Recebo muitas informações dos servidores”, avisa Cesar, que pretende ser o calo no pé de Eduardo Paes e, se possível, ter papel decisivo nas eleições de 2014, a partir do Rio.

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