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Venezuela investiga descoberta de corpos em prisão desativada

Restos mortais de catorze pessoas foram encontrados na Penitenciária Geral da Venezuela, fechada temporariamente em outubro de 2016

Por Da redação
Atualizado em 14 mar 2017, 16h28 - Publicado em 14 mar 2017, 13h48

A descoberta dos restos mortais de catorze pessoas na Penitenciária Geral da Venezuela (PGV), fechada temporariamente há cinco meses, será denunciada a organismos internacionais, anunciou na segunda-feira a ONG Observatório Venezuelano de Prisões. O caso, que teve início na semana passada, reacendeu o debate sobre a crise penitenciária no país, entre denúncias de irregularidades e violações dos direitos humanos.

De acordo com o jornal El Nacional, Humberto Prado, diretor-geral da ONG, afirmou que denunciará a descoberta dos corpos à Organização dos Estados Americanos (OEA), além do Comitê contra a Tortura e da Comissão de Desaparecidos da Organização das Nações Unidas (ONU). Fiscais do Ministério Público estão realizando investigações para tentar identificar os corpos, encontrados na última quinta-feira na PGV, localizada em San Juan de Los Morros, no Estado de Guárico.

Na última sexta-feira, a ministra de Assuntos Penitenciários, Iris Varela, anunciou que haviam sido encontrados restos humanos “correspondentes a sete pessoas”, horas depois de haver dito, em um primeiro balanço, que pertenciam a três vítimas. O Ministério Público atualizou o número para catorze no último domingo, detalhando que a descoberta incluía os crânios de apenas nove desses corpos. As autoridades ainda informaram que prosseguirão com investigações “relacionadas à escavação, descoberta, classificação e determinação da causa das mortes”.

A PGV era a maior penitenciária da Venezuela até seu fechamento, em 28 de outubro. O governo concluiu o esvaziamento da prisão após semanas de confrontos entre detentos pelo controle do local, além de denúncias da morte de alguns deles por falta de alimento e remédios. Agora, a PGV passa por reformas como parte de um projeto do governo para “pacificar” as penitenciárias e adequá-las aos padrões internacionais.

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Prado, diretor do Observatório de Prisões, pediu que familiares de ex-detentos que tenham desparecido informem o Ministério Público para facilitar as investigações, que serão acompanhadas de perto pela ONG. “O governo da Venezuela é responsável pelas desaparições forçadas da PGV. O Estado, por mando constitucional, é responsável pela vida das pessoas privadas de liberdade. Não pode tratar o acontecimento como um assunto entre detentos”, afirmou ao jornal La Patilla.

Vala comum

Outra ONG de defesa dos direitos dos presos, Uma Janela para a Liberdade, denunciou a existência de uma vala comum na PGV, com um número de corpos muito maior, ainda não encontrada pelas autoridades. Carlos Nieto, coordenador da organização, indicou que o número de mortos pode chegar a 100. “Todas as fontes que consultamos falam da existência de uma vala comum, em que se encontram restos de mais de 100 pessoas”, declarou o ativista. A Justiça informou ter recebido “denúncias de familiares sobre desaparecimentos durante o processo de desocupação”. A prisão abrigava 9.000 detentos, segundo a ONG.

(Com AFP)

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