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Robert E. Lee, a figura histórica que voltou a dividir americanos

A remoção da estátua do general confederado motivou os violentos protestos em Charlottesville

Por Da redação
16 ago 2017, 22h43

Robert E. Lee estava no epicentro dos conflitos violentos que atingiram Charlottesville, na Virgínia, no final de semana. A prefeitura da cidade aprovou em fevereiro a retirada da estátua do general que comandou o exército dos Estados Confederados americanos nos anos de 1860. Desde então, uma série de protestos contra a remoção liderados pela extrema direita vem causando tensão nos Estados Unidos.

Lee chefiou as forças que lutavam a favor dos Estados Confederados americanos, uma nação autoproclamada de 11 estados escravistas, durante a Guerra Civil, entre 1862 e 1865. O general era conhecido por suas táticas agressivas de batalha, que deixaram enormes números de mortos durante o conflito.

O militar também é lembrado atualmente como um símbolo do racismo e do passado escravocrata americano. Documentos históricos remontam a crueldade de Lee com seus próprios escravos, herdados por ele após a morte de seu sogro, George Washington Parke Custis, um dos maiores donos de escravos da época e neto do primeiro presidente dos EUA, George Washington.

Após a Guerra Civil, o militar chegou a se arrepender e escreveu algumas cartas argumentando que a escravidão era “um mal político e moral”. Também intercedeu a favor da união dos estados americanos e defendeu que a nação progredisse no sentido contrário dos ideais amparados durante o conflito que acabou em 1865.

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Ainda assim, é comum, especialmente no sul dos Estados Unidos, encontrar escolas, avenidas e estátuas em homenagem ao general, considerado por alguns um herói da Guerra Civil. Existem cerca de 718 monumentos que exaltam as figuras mais importantes e principais momentos dos Estados Confederados, segundo o Southern Poverty Law Center, um centro de estudo com foco em organizações extremistas americanas. Há também 109 escolas nomeadas em homenagem a Lee, ao presidente dos Confederados Jefferson Davis ou a outras figuras sulistas.

Esses personagens históricos, assim como a bandeira dos Estados Confederados, são utilizados por grupos extremistas racistas e nacionalistas como símbolos de saudação ao passado escravocrata americano. Por isso a decisão recente da prefeitura de Charlottesville em remover a estátua de Lee e renomear o parque onde ela foi erguida.

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A medida, no entanto, causou revolta de alguns grupos de extrema direita de supremacia branca e neonazistas, que organizaram várias manifestações contra a retirada do monumento. No último sábado, uma dessas marchas entrou em conflito com grupos antifascistas e de luta por direitos negros, causando a morte de uma mulher e deixando outras 19 feridas.

Desde então, líderes municipais de cidades americanas têm intensificado seus esforços para a remoção de estátuas confederadas de suas cidades, entre elas figuras de membros da organização Ku Klux Klan. Na madrugada desta quarta-feira, quatro monumentos foram recolhidos discretamente em Baltimore, no leste do país, a fim de evitar conflito.

Autoridades de Lexington, no Kentucky, Memphis, no Tennessee, e Jacksonville, na Flórida, também anunciaram suas intenções de levar adiante planos de retirada dos símbolos confederados, em resposta ao debate nacional recém-retomado que questiona os símbolos como uma herança de ódio e racismo.

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Policiais da Virginia montam guarda em frente a estatua de Robert E. Lee, durante manifestação de supremacistas brancos – 12/08/2017 (Joshua Roberts/Reuters)
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