Presidente que xingou Obama pede saída de tropas americanas
Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas, afirmou que quer a retirada de tropas americanas que treinam filipinos para combate a grupos terroristas
O presidente filipino, Rodrigo Duterte, pediu nessa segunda-feira a retirada das forças especiais dos Estados Unidos de um grupo de ilhas no sul das Filipinas. Em uma reunião com funcionários do governo em Davao, Duterte afirmou que o atual alinhamento do seu país com o Ocidente é a causa da revolta muçulmana no sul.
O anúncio de Duterte ocorre uma semana após o líder filipino chamar Barack Obama de “filho da p*”, devido a observações do presidente americano sobre os direitos humanos e os métodos empregados no combate ao narcotráfico nas Filipinas. No comentário dessa segunda, Duterte afirmou que os americanos em Mindanao eram alvos de grande valor para os militantes do grupo Abu Sayyaf, ligados ao Estado Islâmico e, portanto, acirravam as disputas na região.
“Americanos, eles vão realmente matá-los, eles vão tentar sequestrá-los para conseguir resgate”, afirmou Duterte em discurso. “Eu não quero um rompimento com os Estados Unidos, mas eles têm de ir embora”, comentou. O governo americano envia militares para Mindanao desde 2002, com o objetivo de treinar e aconselhar soldados filipinos combatendo o grupo Abu Sayyaf. As novas declarações de Duterte, conhecido pelo temperamento volátil, contribuíram com a incerteza sobre o impacto que a sua chegada ao governo terá numa das alianças mais importantes de Washington na Ásia.
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John Kirby, porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, disse que não está ciente de nenhum comunicado oficial de Manila pedindo a retirada dos militares. Segundo ele, Washington permanece comprometida com a aliança. Já o porta-voz do Pentágono, Gary Ross, afirmou que irá “consultar os parceiros filipinos” para adequar a assistência americana à “abordagem adotada pela nova administração” no combate ao terrorismo.
Desde que chegou ao poder nas Filipinas, em junho, Duterte é criticado internacionalmente por ter estimular a população a matar os viciados em drogas e os traficantes, além de outras medidas polêmicas. As execuções extrajudiciais provocaram oficialmente 3.000 mortes desde que ele assumiu o cargo.
(Com Reuters e AFP)