Barcelona, 12 jun (EFE).- O ministro do Interior da Espanha, Jorge Fernández Díaz, confirmou nesta terça-feira a existência de relatórios confidenciais da Guarda Civil que indicam que o ETA não se dissolverá, embora o grupo terrorista tenha anunciado a cessação da violência armada em outubro de 2011.
‘Conheço esses relatórios. Hoje, o ETA considera que é mais útil para seus objetivos manter essa estrutura dizimada que tem na clandestinidade. Sabemos que, atualmente, não temos uma dissolução incondicional’, afirmou o ministro em um encontro em Barcelona.
As declarações de Fernández Díaz foram feitas depois que a imprensa local divulgou que a Guarda Civil maneja relatórios confidenciais. Segundo a rádio SER, esses documentos provam que a organização terrorista não vai se dissolver.
Neste contexto, Fernández Díaz destacou que as forças de segurança espanholas seguirão trabalhando para levar o ETA a sua dissolução total, que chegará ‘pelas boas ou pelas más vias’.
‘O ETA está derrotado policialmente, o que falta é ser dissolvido incondicionalmente. E é muito oportuno dizer que avançaríamos mais se a esquerda abertzale (a esquerda independentista basca) se somasse à unidade democrática contra o terrorismo’, acrescentou.
Segundo o ministro, ‘a esquerda abertzale aspira governar o País Basco e ainda não exigiu a dissolução incondicional do ETA, assim como não condenou nenhum de seus assassinatos’.
O ETA anunciou ‘a cessação definitiva de sua atividade armada’ no dia 20 de outubro de 2011. No entanto, antes o grupo terrorista matou mais de 800 pessoas e praticaram sequestros e extorsões de empresários em sua luta pela independência do País Basco.
Atualmente, a organização terrorista possui aproximadamente 700 presos, sendo que 559 estão em prisões da Espanha e a maioria dos restantes na França.
Quando anunciou a cessação definitiva da violência, o grupo estava há mais de dois anos sem cometer atentados. Em janeiro de 2011, segundo as forças de segurança espanholas, o grupo chegou a confirmar um cessar-fogo diante de sucessivas prisões de seus líderes e da desarticulação de seus grupos armados na Espanha e na França.
O governo espanhol, por sua vez, assegura que não haverá indultos coletivos para os presos da organização terrorista. Segundo antigas declarações de Fernández Díaz, o governo ‘não negocia, não está negociando e nem negociará jamais’ com o ETA. EFE