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Embaixador russo em Washington voltará a Moscou

Saída de Serguei Kislyak, envolvido na investigação sobre as eleições americanas, acontece em um momento de crescente tensão entre Rússia e Estados Unidos

Por Da redação
26 jun 2017, 18h33

O embaixador russo em Washington, Serguei Kislyak, figura central na investigação sobre a possível interferência russa nas eleições gerais dos Estados Unidos em 2016, retornará a Moscou após quase uma década como enviado diplomático, afirmaram nesta segunda-feira vários meios de comunicação americanos.

A saída do polêmico embaixador não foi explicada pelas autoridades e acontece em um momento de crescente tensão entre os dois países. Na semana passada, após a derrubada de um caça sírio pela força aérea americana, a Rússia suspendeu seu canal de comunicação com Washington e advertiu que aviões da coalização liderada pelos Estados Unidos seriam considerados alvos caso sobrevoassem a região.

A ampliação das sanções contra a Rússia, anunciadas pelos Estados Unidos no último dia 14, também foi motivo de mal-estar entre os países e provocou críticas da diplomacia russa, que na quinta-feira afirmou que a sanções “ameaçam seriamente as relações” entre Moscou e Washington. “[As medidas] não ficarão sem reação, incluindo, retaliação da nossa parte”, advertiu o ministro das relações exteriores russo, Sergueï Riabkov, em comunicado.

Uma festa de despedida em Washington, no próximo dia 11 de julho, formalizará a despedida de Kislyak, de 66 anos. Considerado uma figura-chave nas redes de espionagem russa, o diplomata retornará à Rússia no final do verão americano.

De acordo com a emissora NBC, o embaixador será substituído pelo vice-ministro de Defesa russo, Anatoly Antonov, representante da linha mais dura do governo do presidente Vladimir Putin e alvo de sanções na União Europeia por seu papel na crise da Ucrânia.

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Os contatos de Kislyak, com membros da equipe de campanha e transição do presidente americano Donald Trump são examinados com lupa pelo Congresso e pelo procurador especial Robert Mueller, nomeado pelo Departamento de Justiça para investigar a possível confabulação da campanha do governante republicano com os russos.

A Rússia foi acusada pela CIA (agência de inteligência dos EUA) de tentar interferir no resultado eleitoral com ciberataques, ao mesmo tempo em que se tenta determinar se funcionários russos tentaram influenciar pessoas do círculo próximo a Trump. Kislyak se reuniu de maneira discreta com o procurador-geral, Jeff Sessions, com o genro e assessor de Trump, Jared Kushner, com o ex-assessor de segurança nacional presidencial, Michael Flynn, e com o operador de campanha, Carter Page.

As conversas com Kislyak aceleraram a saída de Flynn, que ocultou do vice-presidente, Mike Pence, ter tratado com ele a suspensão de sanções à Rússia. Além disso, obrigaram Sessions a afastar-se de tudo o que tivesse a ver com a ingerência russa nas eleições, pois não revelou perante o Congresso, quando foi questionado, os seus contatos com Kislyak.

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O embaixador russo também voltou à polêmica depois que, no último dia 10 de maio, intermediou a reunião no Salão Oval entre Trump e o ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, na qual o governante americano revelou a ambos informação confidencial.

“Obama não fez nada”

Trump voltou a atacar nesta segunda-feira seu antecessor Barack Obama, a quem acusa de não ter feito nada contra a interferência russa, uma vez que, segundo o jornal The Washington Post, a CIA o teria alertado para a ação russa.

“A razão pela qual o presidente Obama não fez NADA a propósito da Rússia depois de ter sido informado pela CIA sobre a ingerência é que achava que (Hillary) Clinton venceria e não queria ‘sacudir o barco'”, assegurou o presidente na mesma série de tuítes. O presidente americano referiu-se à falta de provas no caso russo, e afirmou que os autores das denúncias contra ele deveriam pedir desculpas.

“Depois de quatro meses a olhar a Rússia com uma lupa, existem zero registros de conivência”, tuitou Donald Trump, evocando o argumento de seus colaboradores no sentido de que não existe qualquer prova tangível de conluio com a Rússia durante a campanha presidencial. “Não há conluio nem obstrução (da justiça). Deveriam me pedir desculpas!”, acrescentou.

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(com EFE e AFP)

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