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Pop art de Andy Warhol ganha as telas da Times Square

Por Da Redação
1 Maio 2015, 21h56

Um casal perfeito, formado pelo artista pop Andy Warhol e a Meca da sociedade capitalista, a Times Square, em Nova York, será formado no fim da noite desta sexta-feira. Diferentes telas da Times Square projetarão a cada noite de maio, às 23h57 (horário local), dez “retratos cinematográficos” em preto e branco, os “Screen Tests” que o artista fez entre 1963 e 1966 de nova-iorquinos populares na época, como Bob Dylan e Lou Reed, ou do poeta da geração “beat” Allen Ginsberg. “Andy Warhol é um ícone e um indivíduo muito importante para Nova York, que ficou marcado por seu tino para negócios e pelas parcerias com marcas diversas. Isso nos remete à praça e à sua colorida paisagem comercial”, diz Sherry Dobbin, diretora do departamento de artes da Times Square.

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Embora a face cinematográfica seja a mais desconhecida de Andy Warhol, durante alguns anos na década de 1960 ela foi uma parte central de sua oficina no centro de Manhattan, mais conhecida como “The Factory”, um ponto de encontro de artistas, músicos, atores e outras personalidades. “Foi quando a ‘Factory’ começou a se tornar um lugar de festas, e definitivamente o local onde se deixar cair. Havia gente muito variada, um incrível caleidoscópio de personalidades e de possibilidades artísticas, porque Andy nunca conseguia dizer não para ninguém. Devia ser um lugar fascinante”, conta Greg Pierce, um dos curadores do departamento de cinema no museu Andy Warhol em Pittsburgh, na Pensilvânia.

A “fábrica prateada” também era o local onde um dos principais nomes da arte do século XX realizava seus inovadores retratos cinematográficos com uma câmera de 16 mm. Ele fez quase 500 curtas com amigos, artistas e celebridades, que chamou de “Screen Tests” e aos quais acrescentou seu “toque Warhol”: a câmera lenta. Apesar de ter rodado os filmes na velocidade padrão de 24 quadros por segundo, o artista especificou que suas obras deveriam ser projetadas a uma velocidade menor, de 16 quadros por segundo, semelhante à usada nos filmes mudos.

“Bob Dylan só passou uma vez, tirou seis minutos de retratos e se foi, mas a história é divertida. Antes de sair, pegou uma das pinturas mais antigas e disse: ‘Vocês me retrataram, eu agora pegarei um destes para as minhas ‘viagens'”, lembra Pierce. O cantor de Blowin’ in the Wind aparece sentado, casualmente e sem se movimentar. Lou Reed come uma maçã. Sua trágica musa, Edie Sedgwick, foge, desconfortável, com o olhar. E a modelo Donyale Luna, primeira negra a ocupar a capa da Vogue, trata a câmera como um espelho.

“Warhol brinca com a ideia de que, quando os atores pedem para fazer um teste de tela, muitas vezes devem interpretar um momento realmente dramático. Quando ele fazia o ‘Screen Test’, pedia ao personagem que ficasse quieto e que fosse ele mesmo, por isso vemos gente tentando não atuar, é algo muito diferente”, explica Sherry Dobbin. Assim, celebridades acostumadas a controlar meticulosamente a visão que transmitem para a opinião pública estavam desamparadas em frente a uma desafiadora lente. O que era confortável para alguns, mas terrivelmente angustiante para outros. “Os testes capturam o raro, divertido e às vezes temeroso momento que experimentamos quando a câmera está ligada e temos a simples instrução de sermos nós mesmos”, diz a diretora do departamento de artes da Times Square.

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Entre os mais incomodados, está Allen Ginsberg, que também havia aparecido em Couch (1964), um filme rodado na “Factory” com outras superestrelas de Warhol, como o poeta Gregory Corso e o escritor Jack Kerouac.

O projeto que agora leva Wahrol para a Times Square faz parte da “Midnight Moment”, uma apresentação mensal idealizada pela coordenação da Times Square (TSAC) e da Times Square Arts que já contou com a participação de outros artistas célebres como Björk e Yoko Ono. A maioria dos “Screen Tests” já foi projetada no museu de Warhol em sua cidade natal ou em exposições pontuais como a dedicada a ele pelo MoMa em 2010, mas esta é a primeira vez que serão vistas conjuntamente e em alta definição.

(Com agência EFE)

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