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Julieta Venegas: Uma aula básica de pop latino

Em turnê pelo Brasil, cantora mexicana reforça encantamento pela cultura local: 'A música brasileira tem uma mistura perfeita'

Por Sérgio Martins Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 jul 2017, 11h09

No Brasil, a música cantada em espanhol se assemelha a um culto secreto. São poucos os que a conhecem a apreciam, mas quem gosta o faz com a força de um devoto. OK, o país de tempos em tempos é assolado por modas como o reggaeton Despacito e discos de bolero de artistas juvenis que tentam se passar por intérpretes sérios (caso do mexicano Luis Miguel), mas o pop latino ainda é um terreno inexplorado – uma pena para quem já se deliciou com o rock dos argentinos Soda Stereo e com as misturas sonoras do mexicano Café Tacuba. Sendo assim, a mini-turnê de Julieta Venegas é uma aula e tanto do pop cantado em espanhol. A intérprete, compositora e instrumentista mexicana se apresenta neste sábado no Tom Brasil, em São Paulo (Avenida Bragança Paulista, 1281, Santo Amaro), e domingo no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre (Avenida Osvaldo Aranha, 1000, Bom Fim). Acompanhada pelos instrumentistas Matias Saavedra e Sergio Silva, ela mostra a turnê Parte Mia, composta de canções de seu mais recente álbum, Algo Sucede, lançado em 2015, além de composições de seus outros sete discos. Há também uma participação especial do rapper paulistano Criolo.

Julieta, de 46 anos, é pioneira no pop em seu país – ainda que ela admita um certo desconforto com esse adjetivo. Em dezenove anos de carreira, a cantora foi uma das primeiras a assumir o controle de criação  de seus discos. Mas sem discurso de empoderamento, ela somente sentiu necessidade de ter um controle maior sobre composições e arranjos. “Eu nunca me deparei com pessoas dizendo que eu deveria ou não fazer. Para mim, foi algo que aconteceu naturalmente”, diz ela, em entrevista à VEJA.

Outro feito de Julieta foi cantar em sua língua original, indo de encontro a muitos músicos mexicanos que adotam o idioma inglês para alcançar plateias melhores. “Nasci em Tihuana, na fronteira do México e Estados Unidos. Falo, portanto, as línguas desses dois países. Mas creio que para me fazer entender, preciso me expressar na língua de meus país.” O sucesso de Julieta foi fundamental para que despontassem outras divas locais, como Carla Morrison e Natalia Lafourcade.

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A discografia de Julieta Venegas é abrangente. Vai do pop solar de álbuns como Si (2003) a flertes com a música eletrônica dos anos 80 – que dão o tom a Los Momentos, lançado dez anos depois. Em 2008, Julieta iniciou um namorico com a música brasileira. Seu MTV Unplugged trazia parcerias com Arnaldo Antunes e Marisa Monte – que cantou com a mexicana em Ilusión.

“A música brasileira tem uma mistura perfeita”, diz. “As plataformas digitais me permitem conhecer a música de seu país de uma maneira mais prática. Antes eu saía daqui com uma mala abarrotada de CDs”, brinca ela, que é fã da modernidade de Caetano Veloso, adorou os recentes lançamentos de Criolo e Mallu Magalhães, gosta da Banda Mais Bonita da Cidade e está tendo um caso com o cancioneiro do paulistano Adoniram Barbosa.

Julieta cantou Tiro ao Álvaro no show de ontem no Rio de Janeiro e recentemente se uniu ao rapper Emicida para uma versão de Saudosa Maluca. O dueto foi gravado para o programa Subversões, da HBO, e deve ser exibido no ano que vem. Que o público brasileiro tenha com o pop latino a mesma boa vontade que Julieta tem por nossa música

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