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Faturamento das produtoras de filmes eróticos é um mistério

Por Branca Nunes
9 out 2009, 19h29

Não há consenso sobre o faturamento das produtoras e distribuidoras de filmes pornográficos. Primeiro, porque algumas empresas recusam-se a divulgar quaisquer cifras. Segundo, porque os números oscilam consideravelmente. José Gaspar, diretor da Brasileirinhas, maior produtora de filmes eróticos do país, diz que um filme de baixo orçamento custa cerca de 30 000 reais. André Luiz Marques, da Explícita, garante que o valor médio de uma produção é de 5 000 reais.

Os cenários são quase sempre quartos de motéis, alugados por hora, e o salário dos atores varia de 300 a 1 500 reais por cena para mulheres e de 200 a 1 000 reais para os homens. Cada filme exige a gravação de 4 a 5 cenas de 50 minutos – as excluídas do vídeo original se transformam em material extra do DVD que chega às bancas um ano depois, junto com alguma revista. Os relançamentos são vendidos por R$ 19,90, metade do preço cobrado das locadoras.

Esse universo tem poucas semelhanças com o similar americano. Nos Estados Unidos, os atores e atrizes pornô, além do tratamento público de estrelas, recebem mais de 5 000 dólares por cena. “As atrizes americanas saem do pornô para fazer sucesso em Hollywood”, constata Shiroma. “No Brasil, os atores vão para a pornografia depois de desaparecerem da televisão”.

A chegada dos famosos nesse metiê inflacionou os cachês. Ninguém sabe ao certo quanto recebem. Especula-se que Leila Lopes e Regininha Poltergeist ganharam algo em torno de 300 000 reais para atuar em três filmes. Mônica Mattos, a primeira brasileira a ganhar o AVN Awards, o Oscar do cinema pornô, viu o salário aumentar de 1 000 para 5 000 por cena depois da premiação. Filha de um eletricista e de uma dona de casa, a atriz não viajou para Los Angeles para receber o troféu por falta de patrocínio. O prêmio chegou às suas mãos trazido por um amigo.

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Rogê Ferro, 38 anos, 12 de experiência no ramo, vê no profissionalismo a saída para a crise. Com mais de 2 000 cenas no currículo, o ator já chegou a faturar 17 000 reais por mês. “As gravações costumavam ser diárias”, lembra. “Hoje são pouco mais de 10 por mês”. Enquanto prepara o almoço – quinua com arroz integral – e contempla o crucifixo de mais de 50 centímetros pregado na parede da sala, Ferro defende a criação de um site que englobe todas as produtoras brasileiras. Ali, atores e diretores poderiam debater os lançamentos. Também sugere a criação de um prêmio no estilo AVN Awards.

Por enquanto, o que existe é o EVA- Erotika Vídeo Awards, criado por Evaldo Shiroma, da Abeme. A primeira edição foi em maio deste ano. Para a próxima, a versão brasileira incorporará o prêmio de “melhor produção de filmes para download de internet”.

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