Bar do Armando: o melhor boteco de Manaus
Sexagenário, o emblemático endereço segue com fôlego, cerveja gelada e boa música
Para ser considerado um autêntico botequim, o endereço precisa ser informal, despojado e, de preferência, abraçar diferentes tribos. Se tiver história e tradição, melhor ainda. Não há dúvida de que todos esses atributos estão reunidos no Bar do Armando, declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Amazonas em 2015. Nesta edição, a casa leva o sétimo título de melhor boteco conferido pelo júri de VEJA COMER & BEBER. Em funcionamento há mais de seis décadas, o ícone da boemia manauara segue sua trajetória mesmo após a morte do fundador, o português Armando Dias Soares, em 2012. O salão tipicamente pé-sujo, com piso de ladrilho hidráulico, bandeiras penduradas e bonecos gigantes, quase sempre é ofuscado pelas mesas de plástico na rua, em frente ao Largo São Sebastião. Comandado pela proprietária e filha de Armando, Ana Cláudia Soeiro, o serviço continua atento a pedidos de cerveja gelada (Brahma, Skol ou Antarctica, R$ 10,00) acompanhada do afamado sanduíche de pernil (R$ 16,00). O pão francês também pode ganhar recheio de queijo do reino (R$ 18,00) ou de salame (R$ 15,00). Entre as porções, há bolinho de bacalhau (R$ 28,00, seis unidades) e pastel de pirarucu com banana (R$ 23,00, dez unidades). De quarta a sexta, a música ao vivo começa às 21 horas, com MPB e rock dos anos 80; sábado é dia de samba e chorinho a partir das 17h30, sempre sem cobrança de couvert artístico. Rua 10 de Julho, 593, centro, ☎ 3232-1195. 13h/2h (dom. até 0h, seg. e ter. até 1h). Aberto em 1965.
2º lugar: Bar Caldeira
O poeta Vinicius de Moraes foi um dos visitantes ilustres que passaram pelo bar, tombado como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado desde 2015. Entre relíquias que contam a história do estabelecimento, a clientela petisca o bolinho de pirão batizado de capitão tambaqui, com recheio do peixe temperado com ervas e gengibre (R$ 25,00, com quatro unidades). Goles de caipirinha de jambu (R$ 10,00) ou da cachaça da casa (R$ 8,00) acompanham o torresminho do caldeira (R$ 18,00 a porção). De terça a quinta, a partir das 20h, grupos de samba e chorinho embalam a noite — sexta, a música ao vivo começa às 18h, e aos sábados, às 11h. Rua José Clemente, 237, centro, ☎ 3234-6574 (220 lugares). 10h/1h. Aberto em 1963.
3º lugar: Ferrugem Rock Gourmet
Thiago Sales de Santana, idealizador deste bar, é fascinado por botecos e costuma fazer circuitos boêmios nas cidades que visita. Do Rio de Janeiro, onde tem um apartamento, trouxe referências de respeito: o tradicionalíssimo Lamas, prestes a completar 150 anos, e o Cosmopolita, aberto em 1926 e berço do filé à oswaldo aranha. O clássico carioca, aliás, foi inspiração para uma das receitas do cardápio campeão. Em vez do bife alto, entra em cena a língua bovina coberta por alho frito e guarnecida de arroz, feijão-preto, farofa de ovo, salada e batata chips (R$ 23,00). Para petiscar, também fazem sucesso a porção de costela suína assada com mostarda e mel, servida com fatias de pão francês (R$ 32,50), e os cubos de filé-mignon com shimeji, entregues ao lado de couve frita e farofa de gengibre (R$ 37,00). As pedidas podem chegar à mesa acompanhadas de garrafas de cerveja Heineken e Original (R$ 12,00 cada uma). O bar mudou recentemente para uma loja maior, no mesmo conjunto comercial, e passou a abrir na parte da manhã, quando é possível pedir um x-caboquinho (R$ 8,00) com café coado (R$ 2,00). Para o almoço, o bife a cavalo vem com arroz, feijão, farofa, batata frita e salada (R$ 24,90). Avenida Pedro Teixeira, 1000, Centro Comercial Le Bon Marché, loja 34, Dom Pedro, ☎ 98137-5497. 8h/2h (seg. e ter. até 0h; fecha dom.). Aberto em 2009.