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Júri de Farah Jorge Farah deve ser encerrado nesta madrugada

Cirurgião é acusado de esquartejar ex-amante. Ele alega que não agiu premeditadamente e que não lembra detalhes do crime

Por Da Redação
14 Maio 2014, 17h40

O médico Farah Jorge Farah, de 64 anos, confessou nesta quarta-feira, diante dos jurados no Fórum Criminal da Barra Funda, ter assassinado a paciente e amante Maria do Carmo Alves. O crime aconteceu em janeiro de 2003. Farah repetiu a versão de que matou em legítima defesa, de maneira não premeditada e em “estado mental alterado”. “Só no domingo [dois dias depois do assassinato] me dei conta de tudo que aconteceu”, disse. “Eu queria morrer, talvez ainda queira”, afirmou o cirurgião.

Farah é julgado desde segunda-feira. Ele é acusado de matar e esquartejar a amante. O médico foi condenado em abril de 2008 a treze anos de prisão, mas foi beneficiado por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Farah explicou que matou a amante depois de ela o ameaçar com uma faca. Afirmou também que Maria do Carmo o perseguia, há anos, e que ameaçava sua família. A defesa sustenta que Farah, no momento do assassinato, ficou com a consciência ausente por cerca de doze horas.

Na terça-feira, os peritos responsáveis pelo laudo que provocou a anulação do júri anterior voltaram a ser ouvidos. Dois psiquiatras do Instituto de Medicina Social e de Criminologia (Imesc) confirmaram que o réu tinha problemas de personalidade que o levaram ao crime, apesar de ele não ser clinicamente louco.

Segundo Farah, no dia do homicídio, Maria do Carmo chegou a ameaçá-lo com uma faca e foi então que ele “não pensou duas vezes em se defender”. O acusado reiterou que não se lembra da sequência da luta, mas que eles “se atracaram”. Ele afirmou ainda não se lembrar de ter esquartejado a mulher nem de ter se desfeito das partes do corpo. De acordo com a promotoria, para esconder o corpo de Maria do Carmo, ele removeu cirurgicamente as digitais e parte da pele do rosto, cortou-o em pedaços e guardou-os no porta-malas do carro.

“Não sei se fiz, mas não fiz voluntariamente, premeditadamente, com maldade”, disse. Segundo o relato, ele teria acordado dois dias depois, em sua clinica, “todo sujo de sangue e com cortes”.

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Emocionado, ele relatou as condições em que acordou. “Eu vi sacos de lixo, sangue para cá, sangue para lá, e quando eu fui apalpar eu vi que era um corpo que estava lá”, contou. Nesse momento, ele teria ligado para seus pais e, segundo ele, tido outro lapso de memória que o impediria de lembrar o que aconteceu na sequência.

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Dormonid – Segundo a perícia feita pela polícia após o crime, Maria do Carmo tinha resquícios de dormonid, um forte sedativo, no corpo. A acusação usa esse fato como prova de que a ação foi premeditada e que a vítima não teve chance de se defender. Farah alega não se lembrar de ter aplicado o anestésico.

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Testemunhas da acusação alegaram em depoimentos que o cirurgião havia abusado sexualmente delas. O réu chamou as acusações de “mentiras deslavadas”.

Ele afirmou, em depoimento, que realizava as cirurgias sozinho, mas fazia “questão da companhia de familiares do paciente”.

A expectativa é que o veredito seja conhecido até a madrugada de quinta-feira.

(Com Estadão Conteúdo)

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