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Empresas investigadas ainda mantêm contratos no RJ, diz MPF

Esquema criado na área da Saúde do Rio de Janeiro chegou a desviar 300 milhões de reais; Ex-secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, foi preso nesta manhã

Por Da redação
Atualizado em 11 abr 2017, 14h45 - Publicado em 11 abr 2017, 11h05

O esquema criado no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e na Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, que chegou a desviar 300 milhões de reais dos cofres do estado entre 2007 e 2016, ainda pode estar em vigor, segundo o Ministério Público Federal (MPF). O ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes foi preso na manhã desta terça-feira na deflagração da Operação Fatura Exposta, desdobramento da Operação Lava Jato no Rio.

Côrtes comandou um esquema de cartelização na área da Saúde de 2007 a 2016 que era responsável por uma mesada de 450 000 reais à quadrilha montada pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Segundo o MPF, os contratos oriundos do esquema ainda estão em vigor em âmbito estadual e federal. “Os contratos ainda estão em vigor, sabemos que essa contratação ainda existe, mas continuaremos as investigações para verificar se a corrupção permanece tanto no governo do estado como em âmbito federal”, afirmou o procurador Rodrigo Timóteo.

De acordo com as investigações, as fraudes aconteceram em importações, licitações internacionais e superfaturamento em contratos com órgãos públicos e os valores podem ser ainda maiores dos que os já descobertos pela investigação. “Não é algo setorizado. O governo Cabral roubou em todas as áreas. Essa é mais uma perna. Até o fim do ano, vamos mostrar isso”, afirmou o procurador Eduardo El Hage. Além de Côrtes, foram presos nesta manhã os empresários Miguel Iskin, presidente da Oscar Iskin, uma das maiores distribuidoras de material médico, e seu sócio, Gustavo Estellita Cavalcanti Pessoa.

A operação deflagrada nesta manhã investiga fraudes em procedimentos licitatórios do Into e da Secretaria Estadual de Saúde. A força-tarefa também identificou que Côrtes tentou “embaraçar as investigações” pedindo ao delator César Romero, ex-subsecretário da pasta, que não fechasse acordo de delação premiada.

“Côrtes tentou combinar versões. O próprio delator apresentou gravações e imagens à força-tarefa para comprovar. Nós já estávamos com as tratativas de delação premiada quando ele (Côrtes) procurou o colaborador para oferecer pagamentos de advogados e combinar versões de depoimentos”, afirmou El Hage. Além de responder por corrupção ativa e lavagem de dinheiro, Côrtes  responderá criminalmente por tentar embaraçar as investigações da Lava Jato. A VEJA ainda não localizou a defesa dos envolvidos.

Ao longo das investigações, a força-tarefa da Lava Jato identificou também diversos bilhetes no escritório de Luiz Carlos Bezerra, um dos operadores de Cabral preso na Operação Calicute, que remetem aos valores de propina. “Luiz Carlos Bezerra usava anotações manuscritas, bilhetes e mandava e-mails para si próprio com a contabilidade do esquema. Nesses bilhetes, Miguel Iskin era apontado como ‘xerife’ que é o nome de uma das empresas dele, a Xerife Serviços e Participações”, afirmou o procurador.

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