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Paraguai – Terroristas do EPP e das Farc teriam se reunido em território brasileiro

Rodrigo Rangel – O Estado de S.Paulo Arquivos do computador de Raúl Reyes, um dos líderes máximos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) morto em 2008 num ataque militar do Exército colombiano no Equador, indicam que a guerrilha colombiana e o Exército do Povo Paraguaio (EPP) usaram o território brasileiro para reuniões e para […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 15h27 - Publicado em 28 abr 2010, 06h07

Rodrigo Rangel – O Estado de S.Paulo

Arquivos do computador de Raúl Reyes, um dos líderes máximos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) morto em 2008 num ataque militar do Exército colombiano no Equador, indicam que a guerrilha colombiana e o Exército do Povo Paraguaio (EPP) usaram o território brasileiro para reuniões e para esconder dinheiro proveniente de sequestros promovidos em território paraguaio.

Os arquivos fazem menção a supostos pagamentos do EPP para as Farc, no Brasil, como contrapartida pelos serviços prestados pelos colombianos à guerrilha paraguaia. Autoridades do Paraguai e da Colômbia afirmam que as Farc deram treinamento militar e ensinaram táticas de sequestro aos membros do EPP.

O conjunto de papéis a que o Estado teve acesso é o fato novo com o qual o governo de Assunção espera convencer o Brasil a rever o refúgio político concedido aos militantes de esquerda J.F.A, A.M.M e V.A.C.O.

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Acusados pelo Paraguai de liderar as ações do EPP, os três ganharam do governo brasileiro o status de refugiados políticos. O Paraguai contesta a decisão, tomada em 2003 pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça.

Brasileiro envolvido. Os arquivos do computador de Reyes foram enviados às autoridades paraguaias pelo governo da Colômbia a partir de um acordo de cooperação judicial firmado em 2009. Em e-mails trocados com representantes da guerrilha dentro e fora da Colômbia, brasileiros aparecem como intermediários da relação entre as Farc e o EPP. Um deles é o ex-vereador de Guarulhos Edson Antônio Albertão, do Psol, a quem o documento colombiano se refere como integrante do “Comitê das Farc no Brasil”.

Uma das mensagens anexadas ao relatório de 51 páginas, com timbre da Polícia Judiciária da Colômbia, diz que Albertão foi “designado” pelas Farc para guardar em sua casa, em Guarulhos, uma remessa de dinheiro feita pelo EPP para a guerrilha colombiana. O dinheiro, de acordo com o documento, seria produto de “sequestros no Paraguai”.

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A mesma mensagem faz referência a outro personagem que ganhou refúgio político do governo brasileiro e causou problemas diplomáticos com um país vizinho. Diz o texto que parte do dinheiro supostamente guardado na casa de Albertão era destinada a financiar atividades, no Brasil, do padre colombiano Olivério Medina. Medina, ou “Cura Camilo”, atuou como representante das Farc no Brasil durante anos. Condenado na Colômbia por homicídio, sequestro e terrorismo, ele ganhou status de refugiado em 2006.

Nos e-mails, alguns enviados a Rodrigo Granda, tido como “embaixador das Farc”, Raúl Reyes se referia à guerrilha paraguaia como “Los Cuenta Chistes” (Os Contadores de Piada, em espanhol). Numa das mensagens atribuídas pela Colômbia a Reyes e enviada num momento em que o EPP enfrentava uma cisão em seu comando, o então líder das Farc diz: “Espero que (a briga) não afete nossas relações e nossos negócios com eles.”

Venezuela. Sem mais detalhes, o documento oficial colombiano diz que outra parcela da quantia enviada a Albertão pelo EPP deveria ser remetida a um destinatário indicado pelas Farc na Venezuela. No novo recurso em que pede ao Conare a revisão do refúgio concedido aos três paraguaios, o governo de Assunção afirma que, como fundadores do EPP, eles são os encarregados de intermediar as relações da guerrilha paraguaia com as Farc a partir do Brasil.

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Os papéis fazem menção, ainda, a encontros entre representantes das Farc e do EPP no Brasil. As reuniões teriam ocorrido em Brasília e em Foz do Iguaçu. As informações criam embaraços para o Brasil, que, ao defender a concessão do refúgio aos paraguaios, têm sustentado que o trio não realiza atividade política no Brasil.

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