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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Mortadela para Coxinha: “Vamos falar coisa que nóis num entende?”

As elites cantam: “Vamos armoçar/ Sentados na calçada/ Conversar sobre isso e aquilo/ Coisas que nóis não entende nada”

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 29 mar 2017, 09h25 - Publicado em 28 mar 2017, 22h23

Os dias andam muito propícios à demonização da política e dos políticos. Basta sair por aí acusando “QUASE” todo mundo de tudo, e os seguidores aparecerão. E a estupidez só faz crescer. Vem chegando mais gente. Já retomo a questão. Mas vamos antes a algumas considerações.

Se a gente não toma cuidado, acaba ficando alarmado, entrando em desespero: basta se lembrar de que quase tudo no mundo tem apenas uma resposta certa para infinitas erradas, acaba entrando em desespero.

Por óbvio, é raro que o erro não seja mais fácil de acatar, certo? Afinal, se você acorda com o sol à sua esquerda e se ele se põe à sua direita, não é nenhum absurdo supor que o astro tenha se movido. Imaginem o trabalho que já deu sugerir que as coisas não são bem assim.

A política é hoje o terreno privilegiado dos astrônomos do empirismo. Qualquer um acha que pode sugerir qualquer coisa para resolver qualquer assunto com base na sua experiência ou impressão pessoais.

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Há um samba muito bom do genial Adoniran Barbosa, em parceria com Carlinhos Vergueiro, chamado “Torresmo à Milanesa”. Ao pé do texto, vai o vídeo. Num dado momento, ouve-se lá:

Vamos armoçar
Sentados na calçada
Conversar sobre isso e aquilo
Coisas que nóis não entende nada
Depois, puxá uma paia
Andar um pouco Pra fazer o quilo

As estupidamente mal chamadas “elites do pensamento” estão comendo torresmo à milanesa na calçada, conversando isso e aquilo, coisas de que não entendem… nada!

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Ao ponto
Leio que deve ser lançado, no mês que vem, um novo movimento que pretende apoiar uma tal “renovação política” a partir das eleições de 2018.

É batizado de “Acredito” e terá o apoio da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade, criada pelo empresário Guilherme Leal, um dos sócios da Natura. Ele foi candidato a vice de Marina Silva em 2010.

Até no uso da primeira pessoa, só que do singular, não do plural, parece ser uma tentativa nativa do “Podemos” espanhol.

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À frente do “Acredito” estão o professor da Fundação Getulio Vargas Felipe Oriá, o consultor José Frederico Lyra e a pesquisadora Tábata Pontes. Para 2018, o grupo deve apoiar candidatos que nunca tiveram mandato e queiram concorrer a deputado federal ou estadual.

Segundo Lyra, o projeto nasceu da necessidade de “um movimento mais progressista, com um projeto de médio prazo, para fazer a renovação não do jeito mais fácil, mas do jeito certo”.

Ah, bom…

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Entendo. Quando contrata executivos para a sua Natura, Leal deve dar preferência àqueles que, a exemplo de Dilma, não conseguiram manter aberta uma lojinha da linha “R$ 1,99” — não sei o atual “minimo minimorum”…

Essa turma é aquela “marineira” de sempre, mas meio desiludida com o personalismo da xamã. A pregação e a conversa são as mesmas. É claro que estarão todos juntos.

Como é? Então eles vão apoiar candidatos que nunca tiveram mandatos, como se tudo fosse uma questão de o indivíduo dizer “sim” ou “não” a determinados vícios?

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A política só não é tocada por políticos profissionais, de carreira, nas ditaduras. Afinal, não é preciso convencer ninguém de nada. A profissionalização da atividade, ao contrário do que sugerem essas almas nobres, é um bem para os países, não o contrário.

Imaginem um Churchill neófito durante a Segunda Guerra…

Esses movimentos contra a política — QUE SÃO TOCADOS POR PESSOAS QUE JÁ SÃO POLÍTICAS E QUE PRETENDEM DISPUTAR ELEIÇÕES — me enchem de preguiça.

Não conheço os professores, não sei que pito tocam, talvez sejam pessoas boas e respeitáveis, mas, pela tese, não tenho respeito nenhum. Ao contrário: devoto-lhe um profundo desprezo. Acho vigarice intelectual, que não tem ideologia: pode ser de direita, de centro, de esquerda…

Mas aAdoniran, ao menos, nos livra da indigência. Segue vídeo.

 

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