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Por Mario Mendes
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Com medo de palhaço, Zé Celso e a moda do Emicida

Nunca fui muito fã de palhaço. Na verdade, na infância morria de medo dessas figuras que pareciam alguém me obrigando a achar graça de alguma coisa com aparência assustadora. Por isso, não me surpreendi com as notícias sobre palhaços assustadores surgindo em locais públicos nos EUA, Europa e até no Brasil. Ainda não entendi direito […]

Por Da Redação Atualizado em 2 fev 2017, 08h53 - Publicado em 21 out 2016, 17h00
Palhaços assustadores: pura molecagem ou piração de gringo?

Palhaços assustadores: pura molecagem ou piração de gringo?

Nunca fui muito fã de palhaço. Na verdade, na infância morria de medo dessas figuras que pareciam alguém me obrigando a achar graça de alguma coisa com aparência assustadora. Por isso, não me surpreendi com as notícias sobre palhaços assustadores surgindo em locais públicos nos EUA, Europa e até no Brasil. Ainda não entendi direito se é pura molecagem ou piração de gringo – no Brasil, claro, é pura palhaçada – mas me fez pensar que sempre associo palhaços com algo bizarro, do Ronald McDonald ao boneco que desencadeia todo o pesadelo do horror de Poltergeist, o filme original. Espero que essa onda passe rapidinho.

Mas como o noticiário é uma fonte permanente de sustos e sobressaltos, leio que o diretor de teatro Zé Celso Correa promete uma “grande orgia” em mais uma encenação de seu cavalo de batalha, a clássica peça Bacantes, do grego Eurípedes. Trata-se de comemoração tripla: os 70 anos do Sesc SP, 58 anos do Teatro Oficina e 21 anos da montagem original do espetáculo.

O diretor – que era chamado de “o decano do ócio”, pelo colunista Telmo Martino, nos tempos do Jornal da Tarde – prossegue firme e forte em seu estilo de teatro participativo ou, como ele prefere, “com uma plateia quente, que atua, mais que participa”. Evocando não só os rituais gregos mas também a macumba e o Carnaval , Zé Celso espera que o espectador paulistano, normalmente conservador, dessa vez mostre que está conectado com o momento e chegue disposto a “entrar na farra”.

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A voracidade cênica da companhia chamou a atenção do país quando em uma das apresentações da peça, no Rio de Janeiro, o elenco carregou Caetano Veloso, que estava na plateia, e o levou para o centro da cena, onde foi devidamente despido e ficou nu em pelo. Mas calma, Zé Celso avisa que não é preciso ser um espectador assim tão atuante e desinibido. Os apenas voyeurs “também são bem-vindos”.

Antes que me acusem de caretice e preconceito, devo confessar que admiro muito o personagem Zé Celso, que por duas vezes me concedeu belas entrevistas – em uma delas desancou A Idade da Terra, o então novo filme de Glauber Rocha, para se desculpar publicamente dias depois da publicação da conversa, quando a notícia da morte prematura do cineasta baiano surpreendeu a todos. Mas também assumo que meus dias de enfrentar uma maratona teatral – Bacantes tem seis horas de duração – acompanhada de orgia inclusa, já passou.

Nesse caso, faço coro com o velho slogan da camiseta da turma do Casseta e Planeta, que proclamava: “Vá ao teatro, mas não me chame”.

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Enquanto isso, no planeta moda, também há sinais de pavor nos bastidores. Sou informado que a próxima edição da São Paulo Fashion Week – entre 23 e 28 de outubro – conta com a estreia da marca do rapper Emicida, a LAB, com roupas inspiradas no universo hip-hop. Que ideia brilhante, não? Tudo bem, o artista mano de expressão invocada estabeleceu parceria com João Pimenta, um estilista de primeira linha porém, depois de anos trabalhando nas trincheiras fashion, eu definitivamente não acredito em duendes.

Quando leio entrevista do moço sobre o assunto, referindo-se a si mesmo na terceira pessoa e destilando frases como “o Brasil é um caldeirão de criatividade e culturas”, “a SPFW pode ser mais próxima da favela” e invocando Charles Fredercick Worth, o pai da alta-costura, para falar da “característica política da moda”, já sei do que se trata.

Assim, decido permanecer na Zona de Conforto, a minha casa, saudando a chegada do calor vestindo camiseta regata, bermuda e chinelão

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