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Excesso de peso: saiba quando a culpa é da genética

Estudos com gêmeos idênticos e não idênticos indicam que metade dos casos de variação de peso na espécie humana está ligada aos genes

Por Walmir Coutinho
16 jan 2017, 14h22

“Ela não engorda de ruim que é!” Quem vive em guerra com a balança costuma reagir com irritação diante de uma pessoa magra comendo tudo que tem vontade. E é verdade que por trás dessa proteção contra o ganho de peso existe um defeito, um metabolismo ineficiente que desperdiça muita energia e acaba se transformando em uma grande vantagem nestes tempos de abundância de alimentos e estilo de vida sedentário.

Qual o papel da genética nisso tudo? Estudos com gêmeos idênticos e não idênticos indicam que metade da variação de peso na espécie humana está ligada aos genes, restando a outra metade para os fatores ambientais.
Até a distribuição do tecido adiposo pelo corpo é determinada geneticamente.

Algumas alterações genéticas podem levar a quadros graves de obesidade, mas felizmente são muito raras. Exemplos disso são os defeitos nos genes da leptina e do receptor MC4. Outras são mais frequentes, mas levam a um ganho de peso bem menor. A alteração do gene FTO, que faz o portador ganhar em média 3 quilos e aumentar seu risco de ficar obeso em 60. A simples prática de exercícios físicos pode reverter esse risco genético. O problema é que muita gente pode carregar diversas dessas mutações envolvendo vários genes relacionados com o ganho de peso, tornando necessário um tratamento com remédios ou mesmo a cirurgia bariátrica.

Para complicar um pouco mais esse cenário, surgiu a epigenética. que estuda a transmissão de alterações ocorridas com os pais para os filhos, sem envolver mudanças no DNA. A genética seria o hardware da informática e a epigenética, o software. Algumas pesquisas têm apresentado resultados bastante surpreendentes. Experiências com ratinhos já mostraram, por exemplo, que, quando o pai é submetido a uma dieta rica em gorduras, isso leva a alterações epigenéticas que são transmitidas a seus filhos, expondo-os a um maior risco de desenvolver obesidade. Para evitar inteiramente a possibilidade de interferência por fatores ambientais, foi eliminado qualquer contato entre pai e filho, por meio da técnica de inseminação artificial. A gordura em excesso na alimentação provocou alterações epigenéticas, no software do espermatozoide, que induziram excesso de peso nos descendentes.

Já se sabia que fatores genéticos influenciam a resposta do organismo a fatores ambientais. Com a epigenética, descobriu-se que os fatores ambientais também podem determinar alterações no organismo que são transmitidas a gerações futuras.

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A medicina de hoje ainda não consegue modificar genes, mas uma novidade promete ajudar os médicos e profissionais de saúde a entender melhor o perfil genético dos pacientes que procuram um tratamento para emagrecer. Através de uma amostra de saliva, já se consegue identificar um grande número dessas alterações nos genes, o que pode ajudar na escolha de um programa de tratamento individualizado, aumentando com isso a probabilidade de sucesso na perda de peso e na sua manutenção.

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