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Resposta à Amazon ilustra diferença de Doria para velhos tucanos

Felipe Moura Brasil compara reação às de Serra, Alckmin e Aécio ao PT

Por Felipe Moura Brasil
Atualizado em 29 mar 2017, 13h38 - Publicado em 28 mar 2017, 17h09

A resposta de João Doria Jr. (PSDB) à provocação da gigante mundial de vendas pela internet Amazon ilustra uma das diferenças do prefeito de São Paulo e potencial candidato à Presidência em 2018 em relação aos velhos tucanos sucessivamente derrotados pelo PT nas eleições presidenciais de 2002 e 2010 (José Serra), 2006 (Geraldo Alckmin) e 2014 (Aécio Neves): a capacidade de contra-atacar, usando o peso do adversário contra ele próprio.

“Eu acabei de assistir ao comercial que a Amazon fez para o seu produto Kindle”, diz Doria em vídeo publicado em seu Facebook.

“Já que a Amazon gosta tanto de São Paulo, gosta tanto do Brasil, ajude a nossa cidade. Ajude a quem precisa. Se vocês gostam realmente, doem livros para as bibliotecas, doem computadores para as escolas públicas municipais, doem aquilo que a população precisa para fazer dessa cidade uma cidade mais feliz. A população agradece”, afirma o prefeito.

A postagem ainda acrescenta por escrito: “Poderiam também patrocinar um dos MARs – Museus de Arte de Rua. Existem várias formas da Amazon ter uma postura cidadã autêntica e não oportunista. #AmeSP”.

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O comercial do Kindle – leitor eletrônico de livros, que pertence à Amazon – mostra alguns muros de São Paulo e pergunta “Cobriram a cidade de cinza?”, em alusão à decisão de Doria de apagar grafites, segundo ele, “envelhecidos” ou “mutilados por pichadores” na avenida 23 de Maio. Em seguida, citações famosas de escritores aparecem projetadas nas paredes acinzentadas.

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Em 2006, Alckmin vestiu um casaco com os símbolos das estatais para provar que não era “privatista”, como o PT o acusava – mas Doria não precisou vestir um casaco grafitado para reagir à Amazon.

O candidato do PSDB à presidência da República Geraldo Alckmin durante campanha em Brasília, 2006

Em 2010, Serra defendeu a criação de uma 13ª parcela em favor dos beneficiários do Bolsa-família para provar seu amor ao programa – mas Doria não precisou oferecer um 13º aos grafiteiros.

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Em 2014, Aécio se limitou a chamar a propaganda do PT sobre os “fantasmas do passado” de “ato de um governo que vive seus estertores” – mas Doria não precisou se limitar a um lamento pedante.

O prefeito trocou a postura defensiva – para não dizer suicida –, complacente e tecnocrática com que os velhos tucanos reagem aos ataques petistas pelo contra-ataque altivo, inteligente e irreverente que impõe ao adversário um problema publicitário e moral ainda maior do que aquele que ele tentou jogar sobre seu colo.

Se a Amazon fizer doações a São Paulo (* e outra marca – a Kabum! – já “furou” a fila e as ofereceu), Doria sai vencedor do confronto pela ajuda que conseguiu para a cidade. Se não fizer, o prefeito sai igualmente vencedor por comprovar o oportunismo não solidário da empresa.

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Com provável ajuda de sua equipe, Doria colocou o setor de marketing da Amazon numa encruzilhada para a qual precisa encontrar uma saída criativa. É assim que se faz a guerra política de marketing.

Aprende, tucanada, em vez de boicotar a candidatura alheia pela raiz.

* Atualização de 29 de março: A Amazon prometeu doações a SP. Doria venceu.

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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