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Dilma foi nocauteada pelo jornalismo independente

A entrevista da ex-presidente à Al-Jazeera reprisou aquele Brasil versus Alemanha

Por Augusto Nunes Atualizado em 20 dez 2016, 15h51 - Publicado em 20 dez 2016, 15h50

No melhor momento da entrevista concedida a Mehdi Hasan, da TV Al-Jazeera, Dilma Rousseff foi finalmente confrontada com a obviedade que está há alguns anos na ponta da língua dos jornalistas independentes. “Alguns dizem que ou você sabia o que estava acontecendo, o que a tornaria cúmplice, ou não sabia de nada, o que te faria uma incompetente”, constatou o repórter, que em seguida quis saber “qual das duas versões era a correta”. Perfeito. Como repete esta coluna desde o começo dos estrondos da Operação Lava Jato, ou Dilma agiu como comparsa ou o Brasil foi governado durante cinco anos por uma inepta sem cura. Não há uma terceira opção.

Tanto não há que a entrevistada ficou mais encalacrada ainda ao caçar argumentos sem pé nem cabeça. “Meu querido, esta é o tipo da escolha de Sofia, que eu não entro nela. Porque não é isso que acontece. Há uma diferença, e há no mundo inteiro, entre um conselho e uma diretoria executiva. Nem todos os membros da diretoria sabiam que aqueles diretores da Petrobras estavam fazendo… é… tinham mecanismos de corrupção e estavam se enriquecendo de outra… de forma indevida”. Fim do vídeo. Está explicado por que o poste de terninho, desde o primeiro dia no Palácio do Planalto, fugiu de entrevistadores sem medo de cara feia como o diabo foge da cruz ou Lula foge de Sérgio Moro.

Ela passou mais de cinco anos driblando jornalistas de verdade alegando “problemas na agenda” que nunca apareciam quando a entrevista era solicitada por blogueiros estatizados, colunistas sabujos, humoristas a favor e repórteres que se impressionavam até com a leitora voraz que esquecia o título e o autor da obra que jurava ter acabado de ler na véspera. Talvez por imaginar que a Al-Jazeera é uma TV palestina (e portanto amiga), a governante aposentada pelo povo protagonizou o desastre parcialmente exposto na gravação acima.

“Você não nega que existiu um escândalo de três bilhões de dólares na Petrobras, que havia corrupção em massa envolvendo a Petrobras, você, claramente, não nega isso”, parte para o ataque o jornalista. “No”, balbucia a carranca levada às cordas pela frase seguinte: “E você nega que integrantes do PT, incluindo o tesoureiro, seu marqueteiro e seu chefe de gabinete, estiveram envolvidos nisso? Dilma capricha na pose de quem prepara um pito daqueles que aterrorizavam Guido Mantega e ergue a voz: “Enquanto não ‘julgares’, enquanto não julgarem, eu não vou julgar. Não é meu papel aqui julgar ninguém, porque eu não vou dizer e não vou…”

O jornalista fecha o cerco e o duelo vira um Brasil e Alemanha:

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—  Mesmo pessoas que foram presas e julgadas, como o tesoureiro do PT? — entra na pequena área o artilheiro alemão.

Eu não vou dizer…

— Você não vai comentar?

— Não, eu não…

— Você não tem vergonha do afundamento do PT?”

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— Não é essa a questão!

Você não nega que existiu um escândalo na Petrobras.

— Não nego.

— Alguns dizem que, dado o cargo que a você ocupou por um longo período e, depois, como presidente…

— Que eu devia saber?

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Foi a deixa para a consumação do nocaute impiedoso relatado no primeiro parágrafo. Ainda grogue, a entrevistada não abriu a boca sobre o fiasco incomparável. Permanecem desconhecidos os efeitos da pancadaria sobre o neurônio solitário. Dependendo dos danos, nem Dilma vai saber se foi cumplicidade, se foi incompetência ou se foi a soma dos dois defeitos de fabricação.

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