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Deonísio da Silva: Laranja a preço de banana e bagre ensaboado

Os brasileiros de bem, que estavam com os corruptos atravessados na garganta, cansaram de comer a gororoba que lhes vinha sendo servida

Por Augusto Nunes
Atualizado em 11 jun 2017, 11h34 - Publicado em 11 jun 2017, 11h34
(Reprodução/Reprodução)

O Ministério Público e a Polícia Federal vêm dando à luz grandes laranjas-de-umbigo, agora vendidas a preço de bananas-da-terra.

As forças da lei continuam em trabalho de parto e logo veremos o bendito fruto de seu trabalho. Logo serão revelados outros caroços que estavam debaixo deste angu.

Os laranjas que faziam o serviço sujo de bagres ensaboados estão apreensivos com o cerco da polícia. E agora vão pôr  as coisas em nome de quem? Ninguém mais acredita nos contos do vigário, e os padres coadjutores e até certos párocos já estão vendo o sol nascer quadrado, uma vez que tem sido impossível tapar o sol com a peneira.

Quem não faz ouvidos de mercador e nem tem olhos de cabra morta percebe que hoje o Brasil já é outro, bem diferente daquele da impunidade habitual. Os inconformados podem ficar com cara de quem comeu e não gostou, mas vão ter que engolir  a nova realidade.

Os brasileiros de bem, que estavam com os corruptos atravessados na garganta, cansaram de comer a gororoba que lhes vinha sendo servida.

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Ninguém mais os emprenhará pelos ouvidos nos comícios, prometendo mundos e fundos, para depois esquecer tudo como se tivesse comido queijo em excesso.

Não se pode mais enganar os trouxas o tempo todo. Antes as promessas entravam por um ouvido e saíam pelo outro, mas agora não mais.

Terá vindo para o Brasil, personificado em trajes civis, o agente laranja, antes restrito a uso militar na Guerra do Vietnã? Neste caso, seu olhar de vaca atolada indica a encrenca em que se meteu.

O professor e escritor Cláudio Moreno, referência no estudo do léxico do Português, foi chamado a designar com precisão o laranja, pois que a palavra de repente trocou de gênero, e também o bagrinho, que já se demora demais em terra, mas rendeu-se, como este que assina esta coluna, aos mistérios da criatividade luso-brasileira. Descobrir o caso zero da expressão “laranja” está mais difícil do que identificar os cúmplices das transferências biliardárias para contas suíças, com o agravante de que no Português não se pode contar com delações premiadas.

De onde veio este laranja, que já não busca nem revela a outra metade, a laranja do casal? Do Vietnã, em vez da Pérsia e da Índia, de onde foi trazida a laranja que os dicionários designam? É pouco provável.

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Apesar de tratar-se de pecado original, pois desde as capitanias hereditárias há propriedades e posses em nome de outrem, quem comeu a laranja não foram Adão e Eva, apesar de também neste caso a Serpente ter feito a intermediação.

Nossos primeiros pais comeram uva, figo, maçã e até banana, como queria o herege brasileiro Pedro de Rates Henequim, levado à fogueira por ter ensinado que o Paraíso estava localizado no Brasil, o fruto proibido tinha sido a banana e no Céu se falava Português! Mas laranja, não!

Enquanto isso, encurtam-se os prazos que vão revelar, não apenas os laranjas, mas os bagres ensaboados que eles encobriram por tanto tempo.

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