Prévia do PIB cai 0,76% em agosto, aponta BC
Resultado negativo já era esperado, já que diversos indicadores econômicos - como produção industrial, varejo e serviços - já apontavam um cenário desfavorável
A economia brasileira voltou a contrair em agosto, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados nesta sexta-feira. No mês retrasado, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), teve queda de 0,76%. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a retração foi de 4,85%. No acumulado dos oito primeiros meses do ano a baixa é de 3,02%, e, em doze meses, de 2,28%. Os números são desassonalizados e, portanto, desconsideram as oscilações típicas de determinada época do ano.
Neste ano, somente os meses de fevereiro (+0,57%) e maio (+0,03%) não tiveram queda na comparação mensal do nível de atividade, de acordo com os números revisados da autoridade monetária.
O resultado negativo de agosto era esperado: diversos indicadores econômicos já apontavam um cenário desfavorável. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial teve queda de 1,2% em agosto, a maior para o mês em quatro anos. Em paralelo, as vendas no varejo recuaram 0,9%, a maior queda para agosto desde 2000, ao mesmo tempo que o volume do setor de serviços caiu 3,5%, pior agosto desde o início da série, em janeiro de 2012
A pressão aumenta ainda mais diante do impasse político e incertezas no fronte fiscal, que culminaram na quinta-feira com o corte pela agência de classificação de risco Fitch da nota de crédito do Brasil. A agência ainda manteve o selo internacional de bom pagador, mas alertou que o país pode em breve perder essa chancela.
No Relatório Trimestral de Inflação de setembro, o BC revisou sua previsão de queda para o PIB de 2015 de -1,1% para -2,70%. No Relatório de Mercado Focus da última segunda-feira, a mediana das expectativas para o PIB estava negativa em 2,97% para este ano.
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(Com agência Reuters)