PIB dos EUA recua 0,1% no 4º trimestre
Esse foi o pior resultado desde o segundo trimestre de 2009, quando a recessão acabou. Número mostra que a economia entra em 2013 sem força
A economia dos Estados Unidos recuou inesperadamente no quarto trimestre de 2012, sofrendo seu primeiro declínio desde a recessão provocada pela crise financeira iniciada em 2008. O governo americano atribuiu o resultado às reduções de estoques das empresas e aos cortes de gastos do setor público. O Produto Interno Bruto (PIB) teve uma queda de 0,1% entre outubro e dezembro, em uma taxa anual, após crescer 3,1% no terceiro trimestre, informou o Departamento do Comércio nesta quarta-feira. No acumulado de 2012, a economia cresceu 2,2%.
Trata-se da primeira queda trimestral desde 2009 – e do segundo pior resultado desde aquele ano, marcado pela retomada do crescimento americano. O resultado mostra, portanto, que a economia americana entra em 2013 sem força.
A contração, diante de um cenário de aperto da política fiscal, pode provocar temores de uma nova recessão e criar urgência entre autoridades para lidar com as questões do orçamento. Economistas esperavam que o PIB crescesse a uma taxa de 1,1% – e nenhuma projeção de analistas previa contração. A melhora nos gastos do consumidor e a recuperação no investimento empresarial, no entanto, limitaram a queda da produção e oferecem alguma esperança para a recuperação.
Leia também:
Economia é primeiro item da lista de desafios de Obama
Barack Obama inicia segundo mandato presidencial neste domingo
O dado foi publicado pouco antes de autoridades do Federal Reserve, o banco central americano, encerrarem uma reunião de dois dias. Os dados provavelmente garantirão munição a eles para manter sua postura de política monetária expansiva, caracterizada pela injeção de dinheiro na economia por meio da compra de títulos públicos.
Economistas dizem que será necessário um ritmo de crescimento acima de 3% durante um longo período para reduzir de forma significativa o alto desemprego. E a economia tem enfrentado problemas para ficar acima de um crescimento de 2%.
(Com Reuters)