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Para mercado, reforço de fundo europeu está abaixo das expectativas

Nesta sexta, países da zona do euro aprovaram a ampliação do fundo de resgate para 800 bilhões de euros

Por Da Redação
30 mar 2012, 10h43

Os países da zona do euro concordaram nesta sexta-feira em reforçar temporariamente seus mecanismos emergenciais de proteção anticrise, mas muito abaixo das expectativas da comunidade internacional, para garantir um eventual resgate de uma economia do tamanho da Espanha, convertida na principal inquietação da união monetária.

Em uma dura negociação nesta sexta-feira em Copenhague, os ministros dos 17 países da zona do euro concordaram em dar ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE), que entrará em vigor em julho, “uma potência máxima de 800 bilhões de euros”, como pretendia a Alemanha.

Mas, deste valor, 300 bilhões de euros correspondem aos empréstimos já concedidos à Grécia, Irlanda e Portugal, indicou o comunicado do Eurogrupo. Portanto, este fundo de resgate terá disponível 500 bilhões de euros, o mínimo levantado nas negociações. Esta munição pode ser insuficiente para os mercados, para o Fundo Monetário Internacional (FMI) e para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que aconselhou um dispositivo de um trilhão de euros para proteger a zona do euro de um contágio da crise da dívida a países como Espanha e Itália.

A Comissão Europeia (CE) e alguns países como França tinham um objetivo mais ambicioso. Pretendiam dar uma imagem de extrema solidez perante os mercados elevando o MEDE, o fundo permanente de resgate, a 940 bilhões de euros. Para isso, propuseram somar também os fundos ainda não utilizados do FEEF, estimados em 240 bilhões de euros, como modo de reserva e em caso de extrema necessidade.

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Espanha no centro da questão – Há alguns meses o FMI e os países emergentes do G20, entre eles o Brasil, aumentaram a pressão sobre a Europa, exigindo um reforço da munição, em troca de ajuda ao continente. Sobretudo em um momento no qual a Espanha se tornou a preocupação número um da zona do euro. E nesta mesma sexta-feira, em Copenhague, o ministro espanhol, Luis María de Guindos, deverá explicar aos seus homólogos como pensa em fazer para alcançar a meta de déficit de 5,3% para este ano e de 3% para 2013, como se comprometeu com Bruxelas. “Levamos (a esta reunião em Copenhague) uma explicação do orçamento espanhol”, disse De Guindos.

Este orçamento baseado na austeridade, que o governo espanhol apresentou nesta sexta-feira em Madri, “vai convencer” os sócios europeus, disse. Vários foram os dirigentes europeus que expressaram ao longo desta semana suas dúvidas e inquietações sobre a saúde das finanças e da economia da Espanha.

Segundo o orçamento apresentado no Conselho de Ministros, está previsto um corte de mais de 27 bilhões de euros, principalmente mediante o congelamento dos salários dos funcionários públicos e uma redução do orçamento dos ministérios em 16,9%, em média. “Estamos ante uma situação limite”, admitiu a porta-voz do governo, Soraya Sáenz de Santamaría, ao término do Conselho de Ministros. “Nossa obrigação primeira é voltar a ter contas públicas saneadas”, acrescentou. “A Espanha está em uma situação muito difícil”, disse, por sua vez, o comissário de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, ao chegar à reunião na capital dinamarquesa.

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Em meio a tantas negociações difíceis, as nomeações de cargos chave na União Europeia, desejados pela Espanha, foram adiadas. O Eurogrupo decidirá em meados de abril quem ocupará a cadeira do Comitê Executivo do Banco Central Europeu (BCE), deixada vaga pelo espanhol José Manuel González Páramo, afirmou um diplomata. Tudo indica que o candidato de Luxemburgo Yves Mersch superará o espanhol Antonio Sáinz de Vicuña, atual diretor do serviço jurídico do BCE, para levar o cargo.

Neste caso, a Espanha poderá optar pela presidência do fundo de resgate ou pela presidência do Eurogrupo, embora esta, segundo fontes europeias, pareça destinada ao ministro alemão, Wolfgang Schäuble.

(Com agência France-Presse)

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