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Merkel diz que força da Alemanha para combater crise não é ilimitada

Durante discurso no parlamento alemão, a chanceler voltou a criticar a emissão de eurobônus

Por Da Redação
14 jun 2012, 10h21

A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu nesta quinta-feira uma supervisão independente dos bancos após a experiência da bolha imobiliária espanhola, ao mesmo tempo em que pediu que as forças da Alemanha frente à crise da zona do euro não sejam supervalorizadas. “A força da Alemanha não é infinita. As forças da Alemanha não são ilimitadas”, advertiu a chanceler num discurso realizado no Bundestag (Parlamento) que tinha como tema os preparativos para a cúpula do G20, que será realizada neste mês em Los Cabos, no México.

Merkel insistiu na disposição do país de “ajudar”, mas não a qualquer preço. Segundo a chanceler, o governo espanhol de Mariano Rajoy tomou o caminho correto com sua decisão de recorrer à ajuda para a recapitalização dos bancos, mas é preciso aprender com o passado para resolver os erros cometidos. “É preciso uma supervisão independente”, afirmou a chanceler, já que o atual sistema é ‘muito dependente dos reguladores nacionais’, acrescentou Merkel, que defendeu também um papel mais ativo do Banco Central Europeu (BCE). Para a chanceler, a Alemanha, como o resto da Europa, deu uma resposta solidária diante da necessidade de estabilizar os bancos espanhóis, cuja situação atual se deveria a uma bolha imobiliária causada por comportamentos irresponsáveis durante anos.

A crise da dívida na zona do euro será o tema prioritário da cúpula do G20, entre os dias 18 e 19 de junho, lembrou Merkel, que defenderá no encontro a necessidade de reforçar o Fundo Monetário Internacional e de derrubar “obstáculos protecionistas” ao comércio mundial.

A chefe do governo alemão aproveitou seu discurso no Bundestag para insistir em sua conhecida rejeição à emissão de eurobônus (apesar das pressões de alguns de seus parceiros da União Europeia em sentido contrário) ou a qualquer outra fórmula de coletivização da dívida, o que, para ela, seria absolutamente contraproducente. “Não se deve optar sempre pela fórmula que parece mais rápida, mas pela melhor”, indicou a chanceler, que continuou frisando que o poderio econômico de seu país não será eterno.

“A Alemanha está aí, é o motor econômico e atuará a favor do bem-estar comum de todos, ao serviço de todos, mas suas capacidades de atuação não são ilimitadas”, ressaltou. “Os olhos do G20 estão fixados na Europa e na Alemanha”, disse, mas não se deve sobrevalorizar sua força, por mais que se espere da primeira economia da União Europeia um papel fundamental na resolução da crise. “Não queremos programas de crescimento financiados a base de mais endividamento”, disse a chanceler.

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A declaração de Merkel foi seguida de duros ataques por parte da oposição social-democrata, verde e da esquerda, que criticaram de novo a linha da chanceler, por preconizar a austeridade como prioritária frente ao estímulo ao crescimento.

Merkel abandonou o plenário pouco após seu discurso, sem esperar o final do debate, pois nesta tarde deve participar de rodada negociadora com os representantes dos estados federados para possibilitar a ratificação no Bundesrat (Senado) do pacto fiscal europeu, essencial para a política de austeridade.

A chanceler realizou ontem outra reunião preparatória sobre o acordo com os líderes dos sociais-democratas e dos verdes. A oposição condiciona seu apoio parlamentar ao pacto – desejado por Merkel que precisa do apoio de dois terços das câmaras baixa e alta para sua ratificação – à implantação de um imposto para transações financeiras.

(com agência EFE)

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