Merkel: integrar mais a UE é ‘tarefa hercúlea, mas inevitável’
Premiê disse ainda que crise na eurozona é resultado de 'década irresponsável'
A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, reafirmou nesta quinta-feira que a União Europeia precisa seguir com o projeto de ampliar sua integração política por mais difícil que isso seja. Em discurso ao Parlamento alemão, Merkel afirmou que é preciso “compensar” hoje o que não foi feito quando o euro foi criado e acabar com “o círculo vicioso da dívida eterna”, uma referência explícita aos países do bloco que se encontram em dificuldade devido ao elevado défict público e privado.
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“Sei que é arduo e doloroso. É uma tarefa hercúlea, mas inevitável”, disse sobre a necessidade de maior integração política e fiscal dos países-membros da UE. A premiê alemã declarou ainda que situações como a da Espanha e da Grécia são resultado de “uma década irresponsável” e elogiou o governo do premiê espanhol, Mariano Rajoy, por solicitar o resgate aos bancos do país. “Foi uma decisão absolutamente correta”, disse Merkel.
A ajuda solicitada pela Espanha para a recapitalização de seus bancos, porém, impõe “condições”, ela ressaltou. Mas também afirmou que a Espanha pode contar “com a solidariedade” da Alemanha e da Europa. “A Alemanha está aí, é o motor econômico e responderá em favor do bem-estar comum de todos”, disse Merkel – mas a capacidade de atuação do país “não é ilimitada”, ela enfatizou.
Eurobônus – A chanceler ainda ratificou sua rejeição à emissão de eurobônus, por considerar que uma coletivização da dívida seria “absolutamente contraproducente”. “Não se deve optar sempre pela fórmula que parece a mais rápida, mas pela melhor”, indicou Merkel.
Com a atenção voltada à cúpula do G20, que reúne as economias ricas e as principais emergentes e será realizada nos próximos dias 18 e 19 em Los Cabos, México, Merkel afirmou que a crise na zona do euro será assunto prioritário no encontro. Além disso, ela pediu o fim do “protecionismo que freia o crescimento econômico” e lançou uma advertência contra os “crescentes obstáculos” ao comércio mundial derivados da “exploração dos mercados nacionais”.
(Com agência EFE)