Paul Krugman: Fed deveria ter agido mais
Prêmio Nobel da economia elogia ação do BC americano mas aponta dúvidas sobre sua eficácia em um período de queda do consumo nos EUA
O Prêmio Nobel da economia, Paul Krugman, elogiou a atuação do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ao divulgar um novo programa de estímulo à economia na última quinta-feira. Ao anunciar a compra de 40 bilhões de dólares por mês em títulos do mercado imobiliário, o Fed pretende injetar maior liquidez na economia dos Estados Unidos – agindo diretamente na expansão do crédito no mercado imobiliário. “A intenção do Fed é positiva, pois vai agir diretamente na expectativa do mercado em relação aos juros de longo prazo. Mas acredito que poderia ter agido de maneira mais forte”, afirmou o economista, ao argumentar que a recuperação econômica não depende apenas da oferta de crédito ao consumo.
Segundo Krugman, por mais que o Fed, literalmente, imprima dinheiro para ser injetado na economia americana, não há como convencer as pessoas a consumirem mais. “A mudança de tom do Fed é positiva, mas muitas pessoas ainda estão afundadas em dívidas e não podem tomar crédito”, disse o Nobel. O endividamento das famílias americanas recua a uma velocidade muito menor do que o que seria saudável para a recuperação do crescimento, na avaliação de Krugman. E, segundo ele, o ponto mais positivo do anúncio de Ben Bernanke, presidente do Fed, é a sinalização de que, mesmo que a economia americana se recupere fortemente, a política monetária continuará mais frouxa – com juros de curto prazo em um patamar próximo de zero e inflação mais alta.
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